Traduzido do japonês, significaria apenas “plantado em uma bandeja”. Uma definição rudimentar para o bonsai, arte milenar de cultivar e manter árvores em miniatura. Aparentemente, ele parece ser uma planta geneticamente transformada em anã, mas um bonsai vai muito além da imaginação. Mantê-lo em miniatura exige uma combinação de técnicas, paciência, destreza e dedicação. Uma terapia que a cada dia reúne mais adeptos em todo o mundo.
Embora a palavra bonsai seja japonesa, a arte que ela descreve teria se originado na China, há pelo menos 2 mil anos. Não há uma literatura determinante sobre isso, mas conta-se que, mil anos depois, os japoneses tiveram acesso ao bonsai, copiaram a técnica e adaptaram o cultivo da planta às suas condições. Aqui, no ocidente, o bonsai teria sido introduzido no fim do século XIX, tornando-se cada vez mais popular.
Em Minas, adeptos do bonsai reúnem-se em um museu construído em Esmeraldas, na região metropolitana de Belo Horizonte, a pouco menos de 40 km do Centro da capital. Lá, há 25 anos, o empresário Francisco Carlos Corrêa apostou na arte das pequenas árvores.
A ideia adveio da necessidade de investir em paisagismo em seus empreendimentos imobiliários. “Os bonsais me chamavam a atenção pela delicadeza e força. Comecei a estudá-los e acabei me apaixonando”, conta. “Construí um viveiro com mais de mil espécies. Tenho um carinho muito grande por cada uma delas”, disse.
Pequenos e frágeis, os bonsais requerem cuidados especiais no manuseio e no cultivo. Pouca água e iluminação constante são alguns dos quesitos para alcançar um melhor contorno nas arvorezinhas.
"Cada poda, cada manuseio tem de ser planejado e analisado para que a planta não seja danificada”, ensina o mestre em bonsai Rock Júnior, um economista que há 22 anos abandonou a vida de bancário e resolveu se dedicar ao bonsai. “Eu levava o bonsai para enfeitar minha mesa no escritório e isso acabou virando minha fonte de renda. Não sei fazer outra coisa”, contou.
Isso porque, além de ficar apenas num hobby, o bonsai pode dar lucro, embora exija um grande investimento inicial. Uma muda rara, asiática, por exemplo, por custar, em média, de R$ 100 a R$ 150 mil. Gastos com adubos, ornamentos e ferramenta para poda podem somar outros R$ 1 mil, dependendo do material. “É um hobby com valores altos, dependendo do investimento de cada apreciador”, ressalva Júnior.
Mas o retorno do investimento proporcionado pelo bonsai pode ficar bem além de cifras. Para o consultor cirúrgico Átila Dias, de 48 anos, o bonsai é uma terapia. Há 20 anos cultivando a arvorezinha, ele conta que essa prática o ajudou a controlar a ansiedade. “Me fez desacelerar. A natureza ajuda a equilibrar as emoções”.