Buracos engolem vias públicas; por dia, são 58 reparos em BH

Mariana Durães
mduraes@hojeemdia.com.br
21/03/2018 às 06:00.
Atualizado em 03/11/2021 às 01:57
 (Lucas Prates/Hoje em Dia)

(Lucas Prates/Hoje em Dia)

A cratera que se abriu ontem na avenida Assis Chateaubriand, no Centro de Belo Horizonte, não é um problema isolado. No último fim de semana, outra erosão surgiu na rua Eclipse, no bairro Santa Lúcia, também na região Centro-Sul. As fortes chuvas registradas desde o início do ano têm contribuído para que um sem-número de buracos apareçam nas vias públicas da capital.

Com tantas armadilhas para motoristas e pedestres, os reparos emergenciais são cada vez mais frequentes. Só até a primeira semana de março, 3.853 serviços de tapa-buracos foram feitos na metrópole, média de 58 por dia. A regional Oeste – a que mais sofreu com as últimas tempestades – lidera o ranking, com 852 atendimentos. Mas outras regiões também demandam atenção.

Basta um rápido giro por diferentes pontos da cidade para encontrar exemplos de asfalto que cedeu, como nas ruas Martim Francisco, no Gutierrez, e Jaceguai, no Prado, ambas na Zona Oeste. 

Até a primeira semana de março, R$ 2,7 milhões foram gastos nos serviços executados na capital

Mais exemplos

Quem passa pela avenida Cristiano Machado, na altura do bairro Planalto, Norte de BH, diz que a situação é recorrente. “Há cerca de um mês taparam um grande buraco, mas o asfalto já está começando a soltar. Além disso, apareceu outro bem próximo”, conta Marcos Santos, de 42 anos, dono de uma capotaria.Lucas Prates / N/A

Rua Martim Francisco, bairro Gutierrez

Na mesma avenida, o problema se repete em outros pontos, como revela a diarista Maria Batista, de 40 anos, moradora de Santa Luzia, na Grande BH. O problema, segundo ela, é no acesso à pista exclusiva do Move, logo após a estação São Gabriel, na região Nordeste. “Tem um buraco enorme que já arrumaram algumas vezes, mas é só chover que aparece novamente. Alguns motoristas dos ônibus desviam, mas outros passam em cima e os passageiros, se não estiverem atentos, podem até cair”, afirma a diarista.

Na avenida Vilarinho, em Venda Nova, o asfalto também cedeu na pista do Move. Porém, a única opção dos condutores do transporte coletivo é diminuir bruscamente a velocidade, já que não é possível desviar. O técnico em refrigeração Odilon Edson, de 55 anos, lembra que a dificuldade é ainda maior para outras pessoas. “Fica pior para veículos menores e mais baixos, como ambulâncias, que também passam pelo trecho”, diz o morador da região. Lucas Prates / N/A

Rua da Bahia, Centro


Reparos

Segundo a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura, a regional Nordeste irá enviar uma equipe para vistoriar o trecho da pista do Move na Cristiano Machado. Nos demais pontos da avenida, os serviços serão realizados até sexta-feira. Na região Leste, a gerência responsável informou que o tapa-buraco será executado hoje. Na Oeste, técnicos irão aos locais citados para avaliar a situação.

Os reparos na rua Eclipse, no Santa Lúcia, e na avenida Assis Chateaubriand já foram iniciados, mas, até o fechamento desta edição, não havia previsão para a conclusão. Já na pista do Move em Venda Nova as obras não têm prazo para começar.Lucas Prates / N/A

Avenida Assis Chateaubriand, Centro

Em BH, o tapa-buracos pode ser solicitado pela internet (pbh.gov.br), aplicativo BH Resolve, sedes das regionais ou telefone 156

Serviço é feito em até cinco dias úteis, diz secretaria

As solicitações para o serviço de tapa-buracos são atendidas em até cinco dias úteis, garante a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura. No entanto, durante o período chuvoso a execução dos trabalhos pode se estender diante do aumento da demanda. 

O diretor do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia (Ibape-MG), Alexandre Deschamps, reforça que o asfalto tem vida útil de aproximadamente dez anos, caso as manutenções sejam feitas tanto no pavimento como no sistema de drenagem. 

Para o engenheiro, os buracos em alguns locais podem ter relação com a qualidade do material utilizado ou com a falta de manutenção. “Mas é preciso avaliar caso a caso”, afirma. Para Deschamps, ruas antigas, antes restritas ao trânsito local e que hoje se transformaram em vias arteriais deveriam passar por serviços de recapeamento.Lucas Prates / N/A

Avenida Cristiano Machado, Cidade Nova


Investimento

A Secretaria de Obras garante que o asfalto utilizado da cidade é de boa qualidade e que a durabilidade depende do fluxo de tráfego da via. Segundo a pasta, até a primeira semana de março, R$ 2,7 milhões foram investidos nos reparos. A previsão é a de que sejam empregados R$ 20 milhões até o fim do ano. 

Para obras de recapeamento, serão aproximadamente R$ 40 milhões. A necessidade dessa intervenção é definida em parceria com a gerência de cada regional e com a BHTrans. O estado de conservação da rua e a circulação de veículos também são levados em conta.
A Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) realiza vistorias para indicar as condições do pavimento, tipos de calçamento, sistema de drenagem e se o local oferece condições para as intervenções.Lucas Prates / N/A

Rua Jaceguai, bairro Prado


Serviço

Em BH, os moradores podem solicitar o serviço de tapa-buracos por meio da internet (pbh.gov.br/sac), pelo aplicativo BH Resolve, nas sedes das regionais ou telefone 156. Para acompanhar o andamento da demanda, cada pessoa recebe um número de protocolo, e a consulta pode ser feita pelo site da prefeitura.Editoria de Arte

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