Buscas são encerradas e corpo de Eliza Samudio não é encontrado

Hoje em Dia*
25/07/2014 às 13:23.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:31
 (Flávio Tavares/Hoje em Dia)

(Flávio Tavares/Hoje em Dia)

Após escavar o lote onde supostamente estariam os restos mortais de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno, a Polícia Civil encerrou as buscas sem encontrar o corpo. O endereço foi apontado por Jorge Rosa Sales, primo do atleta, como local da desova do cadáver.    Conforme o delegado Wagner Pinto, chefe do Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), "nada de significativo" foi localizado, somente uma bota feminina. O buraco feito por peritos da Polícia Civil foi fechado.   "Fizemos as buscas no local que efetivamente ele (Jorge) mencionou. O próprio falou que não seria necessário dar continuidade às buscas porque o local exato é aquele onde foram feitas as escavações. Ele indicou o local e fizemos o trabalho policial", declarou o delegado.    Para Wagner Pinto, há várias hipóteses para a não localização do corpo. "Por exemplo, pode não ser aqui o local, ele pode ter se confunido. Pode ter ocorrido a retirada posterior do corpo", disse, confirmando que o trabalho está encerrado.   Segundo Nélio Andrade, advogado de Jorge, seu cliente está muito mal com a situação. "Ele disse: 'Doutor, porque eu ia me expor se não fosse verdade? Eu participei da empreitada criminosa, eu vi ela ser morta'. Ele deu a autoria de quem seria o assassino. Ele participou da desova do cadáver. Então o que esse garoto ganharia em vir depois de quatro anos voltar ao local onde ele corre risco", indagou o defensor.   As buscas tiveram início durante a manhã, depois que Jorge declarou à Rádio Tupi o local onde o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, com a ajuda de Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, teria enterrado o corpo. O terreno fica na rua Aranhas, em Vespasiano, Região Metropolitana de Belo Horizonte, a aproximadamente 8 minutos da casa de Bola. O corpo, conforme Jorge, teria sido enterrado em um lote vago e bem próximo a um coqueiro, mas nada foi achado.   O lote foi isolado enquanto peritos mineiros procuravam os restos mortais. O Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) do Rio de Janeiro acompanhou as buscas. Jorge observou o trabalho ao lado de seu advogado e de um tio.    O marceneiro José Cassiano Pereira, de 57 anos, que mora há 20 anos ao lado do terreno escavado, considerou a história fantasiosa. Ele informou que nenhuma retroescavadeira entrou no terreno, como disse Jorge. "É fantasioso. Se tivesse alguma coisa, os meninos que soltam papagaio iam perceber", disse. O marceneiro falou, ainda, que há quatro anos, quando ocorreu o crime, o coqueiro era pequeno e que muitos lotes na região possuem a mesma espécie da árvore.   Passional   Sobre a declaração de Jorge de que seu primo Sérgio Rosa Sales, assassinaddo em 2012, foi morto a mando de Macarrão, Wagner Pinto informou que foi apurado pela Corregedoria da Polícia Civil que a vítima foi executada por motivo passional. Mas ele declarou que caso seja avaliado necessário, Jorge será convocado para prestar depoimento.   Entenda o caso   Segundo a denúncia do Ministério Público, em 6 de junho de 2010, Bruno, "Macarrão", Fernanda Gomes de Castro, então namorada do goleiro, e Jorge Luiz teriam sequestrado Eliza e seu filho. Com a ajuda de Dayanne Rodrigues, Sérgio Rosa Sales, Elenílson Vitor e Wemerson Marques, eles mantiveram a vítima em cárcere no sítio do atleta, em Esmeraldas. Depois de seis dias de cativeiro, a vítima foi levada ao encontro de "Bola", que a asfixiou. O cadáver dela nunca foi encontrado.   Entre os condenados estão "Macarrão", que deve cumprir 15 anos de prisão por homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado; Fernanda, que foi condenada a cinco anos em regime aberto por sequestro e cárcere privado de Eliza e Bruninho; o ex-goleiro Bruno foi sentenciado a 22 anos e três meses pelo homicídio triplamente qualificado e pela ocultação do cadáver de ex-amante, além do sequestro do próprio filho; e "Bola", que foi condenado a uma pena de 22 anos de prisão, em regime inicialmente fechado, pelo crime de homicídio duplamente qualificado e por ocultação de cadáver. A ex-mulher do atleta, Dayanne Rodrigues, foi absolvida das acusações.   *Com informações de Letícia Alves

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