AGRO EM EXPANSÃO

Cacau avança no Norte de Minas e já ocupa 480 hectares no estado, aponta Emater

Produção estimada é de 161 toneladas; levantamento inédito mostra concentração do cultivo em Jaíba, Janaúba e Bandeira

Ana Luísa Ribeiro*
aribeiro@hojeemdia.com.br
Publicado em 09/10/2025 às 14:52.Atualizado em 09/10/2025 às 14:52.
Levantamento inédito da Emater-MG aponta 480 hectares de cacau plantados em Minas; produção se concentra no Norte do estado, com destaque para Jaíba e Janaúba (Tânia Rêgo / Agência Brasil)
Levantamento inédito da Emater-MG aponta 480 hectares de cacau plantados em Minas; produção se concentra no Norte do estado, com destaque para Jaíba e Janaúba (Tânia Rêgo / Agência Brasil)

Minas Gerais já tem 480 hectares de cacau plantados e uma produção estimada em 161 toneladas por ano, segundo levantamento inédito da  Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG). O estudo, iniciado em março, é o primeiro a mapear a cultura no estado e mostra que o Norte de Minas concentra a maior parte do cultivo.

O município de Jaíba lidera o ranking, com 256 hectares, o equivalente a 53,3% da área total. Em seguida aparecem Janaúba (120 hectares), Bandeira (64 hectares) e Matias Cardoso (25 hectares). A Emater estima que os números podem crescer, já que novas áreas estão sendo identificadas.

Segundo o coordenador técnico de Fruticultura da Emater-MG, Deny Sanábio, o levantamento foi incluído após técnicos observarem o avanço do cultivo em várias regiões. “Fazemos o acompanhamento de mais de 40 frutas no território mineiro, mas ainda não tínhamos o cacau em nosso estudo. A inclusão deste produto em nossos levantamentos ajuda na formulação de políticas públicas e saber onde está localizada a produção caso haja interesse de compradores”, explica.

Clima e irrigação favorecem o cultivo

O cacaueiro se desenvolve melhor em áreas de alta temperatura e baixa umidade, condições presentes no Norte do estado. Por isso, produtores têm apostado no consórcio com lavouras de banana, aproveitando sistemas de irrigação já instalados.

“O cacau não gosta de ventos fortes nem de frio. (...) As áreas irrigadas do Norte de Minas são propícias para a cultura. Mas os produtores precisam ficar atentos, pois a cultura exige investimento e conhecimento”, afirma Sanábio.

Após a colheita, as castanhas passam por fermentação, secagem e armazenamento. O técnico alerta ainda que a oferta de mudas é limitada, exigindo planejamento prévio. A produção comercial se consolida a partir do quarto ano de cultivo.

Região deve se tornar novo polo produtor

Em Janaúba, a Rimo Agroindustrial Ltda já investiu em mais de 100 hectares de cacau, com planos de substituir parte das lavouras de banana. “O cacau é uma commodity, com mercado mais estável. Já vendemos para indústrias da Bahia e de Minas”, conta o gestor Geraldo Pereira da Silva.

A expectativa é que, nos próximos anos, o Norte do estado se consolide como referência na produção de cacau. “Acredito que, num espaço de sete a dez anos, teremos de 8 mil a 12 mil hectares plantados. Seremos um grande polo produtor com qualidade e produtividade”, projeta.

*Estagiária, sob supervisão de xxxxxxxxxx

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