
O tacógrafo - também chamado de “caixa-preta” - do ônibus que tombou na rodovia Fernão Dias, em Brumadinho, Região Metropolitana de Belo Horizonte, estava vencido há três anos, segundo o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Essa é mais uma irregularidade no ônibus, que não tinha autorização para viagens.
Para o especialista em trânsito Rodolfo Rizzotto, da entidade não governamental SOS Estradas, a perícia do acidente ficará comprometida. O instrumento registra, de forma simultânea e inalterável, a velocidade, tempo de direção e distância percorrida do veículo.
“Isso não foi um acidente, na realidade é um somatório de consequências. Se a empresa não cuida da manutenção do cronotacógrafo, ela também não deve cuidar da manutenção do veículo, que é muito mais cara que isso”, afirma Rizzotto.
Além disso, o tacógrafo também registra informações relacionadas ao condutor do veículo, como tempo de trabalho e período de parada (descanso).
Segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o veículo também não tinha registro nem autorização para realizar o transporte interestadual de passageiros.
Das 27 vítimas feridas no acidente, oito ainda estão internadas, duas em estado grave.
Investigação
Em nota divulgada nesta segunda-feira (21) a Polícia Civil informou que instaurou inquérito para apurar as causas e circunstâncias do acidente. Os envolvidos serão ouvidos nos próximos dias.
"Nenhuma linha investigativa é descartada”, diz trecho da nota. A instituição aguarda a confecção dos laudos periciais. A investigação é conduzida pela Polícia Civil em Brumadinho.