Campanha virtual encoraja a união de mulheres contra o assédio no Carnaval

Da Redação*
portal@hojeemdia.com.br
27/02/2017 às 14:00.
Atualizado em 16/11/2021 às 00:44

Pelo segundo ano consecutivo, a campanha da revista "AzMina" lança a campanha #Carnavalsemassédio. Neste ano, o tema é #UmaMinaAjudaAOutra, que estimula mulheres a ficar atentas caso vejam que alguma colega sofrendo assédio.No domingo de Carnaval (26), em Belo Horizonte, uma foliã levou uma cabeçada no nariz durante desfile de um bloco e foi prestar depoimento, nesta segunda-feira (27), na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, no bairro Barro Preto, região centro-sul de Belo Horizonte.

Segundo informações da Polícia Civil, a vítima Fernanda Gontijo, de 24 anos, aguardava para ser atendida na delegacia no início da tarde de hoje. De acordo com a  polícia, o suspeito de ter praticado a agressão, que foi inclusive reconhecido pela foliã, não havia sido detido. A agressão ocorreu durante o desfile do Unidos do Samba Queixinho, no bairro Carlos Prates, na região Noroeste de Belo Horizonte,justamente no dia em que o bloco foi às ruas para cobrar respeito às mulheres e mais empoderamento feminino.

Saiba mais

A diretora da revista que fez a campanha contra o assédio feminino, a brasiliense Nana Queiroz, diz que se uma mulher ajudar a outra, todo mundo curte a festa com mais segurança e liberdade.

A campanha sugere, entre outras ações, oferecer água caso veja uma mulher vomitando na festa,  fazer um escândalo se perceber que um homem está tentando forçar o beijo ou segurando uma menina pelo braço, além de telefonar para os amigos ou chamar um táxi se encontrar uma mulher inconsciente, evitando que ela seja vítima de abusos.

Mineiras contra o assédio

Outra campanha nesse sentido surgiu em Minas Gerais. Mulheres que integram diversos blocos de rua do carnaval de Belo Horizonte lançaram a iniciativa Tira a Mão: é Hora de Dar um Basta. O objetivo é combater o assédio durante a folia. 

De acordo com o texto de divulgação da campanha, pesquisa feita no ano passado pela organização internacional ActionAid mostrou que 86% das mulheres brasileiras sofreram assédio em público em suas cidades. “O tom da campanha é leve e busca mostrar que a foliã está no carnaval para se divertir e que o limite entre o assédio e a paquera não está na roupa, na fantasia ou na dança”, diz a campanha.



1 - Disque 180: Abordagens sem consentimento são crime

Se alguém te tocar, te agarrar ou te fizer sentir coagida de alguma maneira, a orientação é clara: grite. Algumas mulheres costumam levar apitos, vale usá-los para chamar a atenção também, além de deixar claro que você não está conivente com a situação e que precisa de ajuda. Além disso, denuncie, o Disque 180 serve para isto. Caso alguém dirija a você palavras de cunho sexual, exponha as partes íntimas ou aja de maneira agressiva para conseguir vantagem sexual, denuncie. Qualquer um desses comportamentos estão enquadrados na lei e resultam em punição do agressor.

A Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência – Disque 180 é um serviço de utilidade pública gratuito e confidencial (preserva o anonimato), oferecido pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres desde 2005.

2 - Aplicativos podem ajudar em casos de violência

Várias iniciativas mostram que a tecnologia também pode auxiliar mulheres em situação de violência e abuso.Um exemplo é o aplicativo Clique 180, nele a Lei Maria da Penha está presente, na íntegra, divida por capítulos para consulta. Ele orienta mulheres que sofreram qualquer tipo de agressão, mostra delegacias próximas e explica os diferentes tipos de violência de gênero.

O app também tem um mapa colaborativo, e todas as telas do têm botão com ligação direta para o 180, número da Central de Atendimento à Mulher. A iniciativa é da ONU Mulheres no Brasil. Disponível para iOS e Android.

Com o slogan “um aplicativo que previne a violência antes que aconteça,” o Circle of 6 permite escolher seis pessoas em seu círculo de amigos. Se você estiver perdida e precisa de uma carona ou não sabe onde está, você toca no ícone do aplicativo e ele envia um texto para o seu círculo com a sua localização GPS. Caso você esteja em um encontro desconfortável: o aplicativo pode enviar uma mensagem para o seu círculo e alertá-las para ligar para você, te salvando da roubada. Este aplicativo está disponível para dispositivos da Apple.

3 - Marque um ponto de encontro

É legal combinar com seus amigos um ponto de encontro. Caso alguém se perca do grupo, é possível se reunir com mais facilidade em um local de emergência previamente definido. O mesmo vale para o momento de ir embora: deixe acertado onde será a saída.

4 - Cuidado com os seus pertences

Não exiba joias, celulares, câmeras ou dinheiro. Seja discreta. Além disso, não é aconselhável sair com grandes quantias de dinheiro ou cartões de crédito se não houver necessidade. Outra dica é não abrir a carteira ou a bolsa na frente de estranhos. Anote todos os dados de seu aparelho de telefone antes de sair para a folia. Informações como o IMEI (número de identificação que todo celular tem) permitem que você bloqueie o aparelho para evitar uso indevido, além de permitir que você o resgate, caso seja recuperado.

Se você for vítima de furto, roubo, assédio ou agressão, procure a Polícia Militar para um primeiro atendimento. Depois, efetive a denúncia na Polícia Civil mais próxima para registrar um boletim de ocorrência.

5 - Ande acompanhada

Evite transitar por ruas ou praças mal iluminadas. Caso tenha que sair sozinha, procure sempre ficar no centro da calçada e na direção contrária ao trânsito, assim fica mais fácil perceber a aproximação de algum suspeito. Se sentir que está sendo seguida, entre em algum estabelecimento comercial ou atravesse a rua.

*Com Agência Brasil

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