Área da Cascatinha em Capitólio isolada para visitação pública (Luciane Amaral)
Os cânions do Lago de Furnas, em Capitólio, uma das principais atrações turísticas do Sul de Minas, podem se tornar mais seguros para os visitantes, a partir do ano que vem.
A visitação ficou mais restrita depois que uma pedra gigante caiu sobre lanchas que circulavam pelo lago, deixando dez mortos e 32 feridos, no início do ano.
Nesta quarta-feira (6), a assinatura de um convênio em BH, entre o governo estadual e a prefeitura da cidade deve garantir recursos para obras de estabilização dos paredões.
Segundo o prefeito Cristiano Silva, o dinheiro deve cair na conta da administração municipal no próximo mês. E, em janeiro, começa a licitação para as obras.
O convênio foi desenvolvido a partir de análises produzidas por uma equipe composta por técnicos da prefeitura de Capitólio e por geólogos da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e da Universidade Federal de Goiás (UFG), que deram origem ao Plano de Trabalho.
Parte mais clara do paredão de quartizito é o local de onde se desprendeu a pedra que caiu sobre as lanchas (Luciane Amaral)
Obras
As obras de estabilização de taludes rochosos serão concentradas nas áreas 3 e 4, localizadas próxima à Cascatinha, apontadas no Plano de Trabalho como de maior risco para visitação.
A técnica a ser empregada na obra, que tem prazo inicial previsto de dois anos, já é utilizada em larga escala em outras regiões do país, como na estabilização do talude da mina de Águas Claras, em Nova Lima, na região metropolitana.
A operação consiste no faceamento dos paredões de pedra com o grampeamento de telas metálicas, para combater o movimento das colunas rochosas.
Recursos
Do orçamento total previsto de R$ 2.919.929,24, o Estado deve se responsabilizar por R$ 2 milhões e o restante será contrapartida do município.
"Há cerca de dez meses os cânions estão sendo monitorados cotidianamente, com relatórios sendo produzidos toda sexta-feira. E nosso trabalho tem sido todo voltado para consolidar esse processo de estabilização dos cânions”, ressaltou o secretário de Cultura e Turismo (Secult) Leônidas Oliveira.
O resultado das obras para garantir mais segurança para a circulação de embarcações nos cânions, deve favorecer o aumento do fluxo de turistas para Capitólio e outros municípios da região, que tem o turismo como principal atividade econômica.
Atualmente, o turista pode visitar os cânions, com algumas restrições. Antes não havia limite de embarcações nos cânions e o uso de colete não era obrigatório para todos.
Agora, há uma barraca onde é feito o controle de entrada das lanchas e a listagem dos visitantes que vão aos cânions. "Após o acidente, o uso de coletes e capacetes se tornou obrigatório. E, depois da barraca de controle, são 258 lanchas por dia, das 8h30 às 18h30, com uma média de 15 pessoas em cada barco", explica Marco Antônio, empresário da região que faz passeios turísticos.
O convênio foi assinado em encontro no MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal, em Belo Horizonte, com presença de outros representantes da pasta, parlamentares e da Associação dos Municípios do Lago de Furnas.
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