Carro de 1968 pode ter evitado tragédia no bairro Olhos d'Água

Renata Galdino
rgaldino@hojeemdia.com.br
24/10/2018 às 19:53.
Atualizado em 28/10/2021 às 01:24
 (Maurício Vieira)

(Maurício Vieira)

Um carro de colecionador, avaliado em cerca de R$ 80 mil, pode ter ajudado a evitar uma tragédia, ontem, no bairro Olhos d’Água, região Oeste de Belo Horizonte. Uma carreta desgovernada atingiu o automóvel e nove casas. Um dos moradores acredita que a raridade foi o que impediu de o veículo de carga invadir o quarto de um dos imóveis, onde duas pessoas dormiam.

O acidente foi por volta de 5h20, depois de o caminhão sair do Anel Rodoviário e pegar a rua Chaquibe Hassan Souki, onde o motorista perdeu o controle. “Acordei com o barulho e comecei a discar para o meu pedreiro, achando que era ele que estava quebrando algo. Então, ouvi os vizinhos gritando ‘a coisa é séria’, me vesti e sai. Parecia um campo de guerra”, relembra o empresário Valmir Ferreira Salomé, de 41 anos, dono de uma das residências atingidas.

Segundo ele, por sorte não houve mortes. O motorista da carreta sofreu vários cortes. Consciente, ele foi levado para o Hospital de Pronto-Socorro (HPS) João XXIII. “Se não fosse o meu carro de colecionador, o Galaxie 500 de 1968 (da Ford), a carreta teria ido direto para o meu quarto. Foi o automóvel que a parou. A ficha ainda não caiu nem calculei os prejuízos materiais. Penso que poderia ter sido pior”, conta. O modelo, adquirido há dez anos por Valmir, estava em fase final de restauração.

Câmeras na área podem ajudar a apurar a causa do acidente; à tarde, o dono da empresa responsável pela carreta procurou os moradores para conversar sobre reparos

Medo

Além da casa do empresário, outras oito edificações foram atingidas. Ao todo, quatro carros e uma motocicleta ficaram danificados. Com o impacto, um Citroën C3 foi jogado para o outro lado da rua. “Vivo aqui há 15 anos e nunca vi um desastre desse tipo. Agora fica o medo de acontecer novamente”, afirma o professor Daniel Fontanella, de 36, proprietário do automóvel.

A moto da operadora de caixa Cintia Gusmão, de 35, que mora na mesma casa que o docente, ficou amassada. “Era o meio de transporte dela até o trabalho, em Contagem (Grande BH). Já acionamos o seguro e vamos ver como vai ficar toda a situação”, diz Daniel.

Dinâmica

Conforme o Corpo de Bombeiros, o condutor da carreta, que transportava material para fabricação de cimento, alegou ter perdido os freios. A causa do acidente, no entanto, será investigada pela Polícia Civil.

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