Caso Backer: inquérito amplia investigações a 2018 e inclui quatro novas vítimas

Renata Evangelista
rsouza@hojeemdia.com.br
06/03/2020 às 18:46.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:52
 (Ministério da Agricultura/Divulgação)

(Ministério da Agricultura/Divulgação)

No dia em que o “caso Backer” completa dois meses, a Polícia Civil informou que a contaminação por dietilenoglicol teve início em 2018. Nesta sexta-feira (6), quatro vítimas que teriam sido intoxicadas há mais de um ano foram incluídas no inquérito. Com isso, o número de notificações suspeitas subiu para 38. 

Deste total, conforme o delegado Flávio Grossi, exames laboratoriais já atestaram a contaminação por dietilenoglicol (DEG) ou monoetilenoglicol em 11 vítimas - sendo que quatro morreram. Até o momento, o Estado foi notificado de seis óbitos. 

Ampliação de período 

Com a inclusão das novas vítimas no inquérito - todas teriam sido contaminadas entre novembro e dezembro de 2018 - a Polícia Civil também ampliou o período da investigação. A partir de agora, a corporação vai apurar casos semelhantes desde janeiro daquele ano. Com isso, pode ser que o número de vítimas suba ainda mais nos próximos dias. 

Parceria 

O caso foi definido como complexo e inédito no mundo. Por isso, além dos investigadores que atuam no caso, especialistas do Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Nuclear (CBTN) - órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia - vão ajudar na investigação. “Mas não terá uso de radioatividade”, garantiu o medico-legista Thales Bittencourt, superintendente da Polícia Técnico-Científica. 

Com a parceria, a polícia pretender descobrir se houve vazamento na fábrica da Backer, o que poderia justificar a contaminação das cervejas. 

Ainda não há prazo para conclusão do inquérito. 

O caso 

A fábrica da Backer foi fechada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). A pasta também fez diversos exames e constatou substâncias tóxicas em 53 lotes de cervejas da empresa mineira. Todas as bebidas da marca foram retiradas de circulação.

Além disso, a Justiça determinou que a Backer pague os tratamentos médicos e psicológicos das vítimas e familiares. Também bloqueou bens que podem chegar a R$ 100 milhões. 

Defesa 

Procurada pela reportagem, a Backer informou que segue colaborando integralmente com as investigações e reforçou que jamais utilizou dietilenoglicol em seu processo de produção. A empresa destacou ainda que conta com as autoridades para entender o que de fato aconteceu.
 

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