Caso Laudemir: testemunhas de acusação são ouvidas; defesa e réu falam nesta quarta
Oito testemunhas prestaram depoimentos nesta terça-feira (25); fase de instrução continua na quarta-feira (26) com seis testemunhas é possível interrogatório do réu

A audiência de instrução do caso que apura a morte do gari Laudemir de Souza Fernandes avançou nesta terça-feira (25), no 1º Tribunal do Júri Sumariante, em Belo Horizonte.
Oito testemunhas de acusação foram ouvidas ao longo da manhã e início da tarde, incluindo quatro colegas de trabalho da vítima que presenciaram o crime. Policiais civis e militares também prestaram depoimento. O conteúdo dos depoimentos não foi revelado.
A fase de instrução segue nesta quarta-feira (26), a partir das 9h, quando serão ouvidas seis testemunhas de defesa. Segundo o Tribunal, há também possibilidade de que o réu, o empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, seja realizado - por videoconferência, até o momento.
Relembre o caso
Laudemir foi assassinado em serviço por Renê da Silva Nogueira Júnior, que confessou ter efetuado o tiro. A arma era da esposa do empresário, a delegada Ana Paula Lamêgo Balbino. O caso ocorreu no bairro Vista Alegre, na região Oeste de Belo Horizonte.
Renê foi indiciado por três crimes: homicídio duplamente qualificado, ameaça contra a motorista do caminhão de coleta de lixo e porte ilegal de arma de fogo. A pena pode chegar a 35 anos de prisão.
Após o crime, o empresário “seguiu a rotina” e continuou o dia como se nada tivesse acontecido. Renê foi visto no trabalho e também passeando com dois cachorros. Depois, ainda foi para a academia, onde foi preso.
Ao ser levado para a delegacia, Renê mandou mensagens para a esposa pedindo para que ela entregasse uma arma diferente da que foi utilizada no crime. "Entrega a nove milímetros. Não pega a outra. A nove milímetros não tem nada", escreveu, referindo-se à outra arma da delegada. Segundo o inquérito, Ana Paula não respondeu nem atendeu ao pedido do marido.
A polícia confirmou que a arma utilizada era da esposa do empresário. Ela foi indiciada pelo crime de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido, ao ceder o armamento ao marido.
Conforme previsto na Lei do Desarmamento, o crime prevê pena de 2 a 4 anos de prisão. Porém, por ela ser servidora pública, poderá ter a pena aumentada por mais dois anos.
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