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Casos de Sífilis aumentaram 16% em um ano; secretaria alerta para a prevenção

Da Redação
portal@hojeemdia.com.br
29/03/2022 às 08:51.
Atualizado em 29/03/2022 às 09:03
 (Reprodução)

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Os casos de Sífilis aumentaram mais de 16% em um ano em Minas Gerais. Segundo dados divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), foram 19.510 em 2020 e 22.728 em 2021. 

A doença é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST), causada por uma bactéria e transmitida por meio de relação sexual. Ela evolui para formas mais graves caso não seja tratada a tempo, podendo comprometer o sistema nervoso central, cardiovascular e aparelhos respiratório e gastrointestinal, além de olhos, pele e ossos. 

O cenário alerta para a importância da adoção de medidas de prevenção e tratamento, com o uso de preservativos, diagnóstico e tratamento precoces, sendo as principais formas de proteção. 

Ainda de acordo com o governo do Estado, investimentos foram repassados aos 853 municípios mineiros em 2021 para execução das ações previstas no Plano de Enfrentamento à Sífilis no Estado. O projeto inclui reforço das medidas de prevenção e vigilância, e busca ativa de casos. Além disso, são distribuídos insumos como preservativo masculino, feminio, teste rápido e medicamentos para o tratamento. 

Números e formas de transmissão

A sífilis pode ser transmitida por relação sexual sem camisinha com uma pessoa infectada, conhecida como transmissão adquirida, ou ser transmitida para a criança durante a gestação ou parto, classificada como transmissão gestante e congênita.

Dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), atualizados em em fevereiro, apontam que em 2020 foram diagnosticados 12.775 casos de sífilis adquirida, 4.994 casos de sífilis em gestantes e 1.741 casos de sífilis congênita no Estado. Já no ano passado, foram 15.581 casos de sífilis adquirida, 5.091 casos da infecção em gestantes e 2.056 casos de sífilis congênita em todo o estado.

Para evitar que a doença siga em avanço, o ginecologista do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde de Minas Gerais (CIEVS-MG), Romerson Martins Franco, alerta para as formas de prevenção e orienta que a população procure atendimento em caso de qualquer sintoma.

“Por ser uma IST, é fundamental o uso do preservativo, seja ele masculino ou feminino, em todas as relações sexuais. No caso de qualquer sintoma ou contato sexual sem proteção, é fundamental buscar atendimento em uma unidade básica de saúde para diagnóstico e tratamento adequado. Além disso, é importante a pessoa realizar exames de rotina pelo menos uma vez ao ano para avaliação da sua saúde”, orientou.

Sintomas

Os sintomas variam de acordo com o estágio da infecção no organismo do indivíduo. A primeira fase é caracterizada por uma úlcera, geralmente única, que ocorre no local de entrada da bactéria (pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus e boca).

Já a fase secundária surge em média entre seis semanas e seis meses após a infecção. Nesse caso, podem ocorrer erupções cutâneas. A fase terciária manifesta-se na forma de inflamação e destruição tecidual. Nesse caso, é comum o acometimento do sistema nervoso e cardiovascular.

Especificamente para a gestante, a detecção precoce da sífilis é essencial para evitar a transmissão vertical e consequentes malformações no feto, complicações como nascimento prematuro, baixo peso ao nascer, pneumonia, anemia e até acometimento cerebral.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico pode ser realizado por meio do teste rápido, com a coleta de uma gota de sangue da polpa digital. Caso o resultado seja reagente, uma amostra de sangue deverá ser coletada e encaminhada para a realização de um teste laboratorial para a conclusão do diagnóstico.

Em relação à sífilis congênita, o médico reforça que tanto as gestantes quanto seus parceiros devem fazer os exames de diagnóstico. “Em caso de resultado positivo para a gestante, é fundamental que o parceiro também procure o serviço de saúde e passe pelo tratamento. Dessa forma, a reinfecção por sífilis é evitada, e a saúde da mãe e do bebê ficam garantidas”, concluiu Franco.

Em Minas Gerais, os usuários encontram o exame disponível nas Unidades Básicas de Saúde e Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA). O tratamento é disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

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