Depois de mais de 40 anos e cercada de histórias que a tornaram um ícone popular de Belo Horizonte, a Quadra do Vilarinho, na região de Venda Nova, anunciou o fim das atividades. Com a pandemia da Covid-19, o local precisou suspender os bailes funks, principal fonte de renda, e as partidas de futebol. Agora, o imóvel pode ser comprado ou alugado.
Segundo o dono, o empresário Francisco Filizzola Lima, de 76 anos, conhecido como Chico da Quadra, a esperança é que, no futuro, possa voltar a realizar eventos no local e receber os atletas amadores da região. “Chega um ponto que temos de reinventar. Eu para tocar a quadra ‘meia boca’, eu não toco”, afirmou ao Hoje em Dia.
Mesmo com o local fechado, as despesas não pararam. Por isso, a única saída foi dispensar os funcionários. Durante a semana, eram 16 contratados, número que chegava a 65 em dia de festa.
“Só de manutenção de quadra eu preciso de, no mínimo, quatro funcionários. Mais escritório e lanchonete, são 12 empregados. Hoje fica realmente difícil”, explicou Chico.
Durante a crise sanitária, o número de colaboradores foi caindo pouco a pouco. De 16 pessoas, passou para 10, depois caiu para cinco. Com a decisão de encerrar as atividades, o restante não deve continuar vinculado ao estabelecimento.
Capeta do Vilarinho
A Quadra do Vilarinho é o marco de uma das principais crenças populares da capital mineira. Na década de 1980, um segurança que vigiava o local afirmou ter visto o capeta em uma das quadras e acionou a polícia. O fato chamou a atenção da mídia e caiu nas graças do povo, que apelidou o caso de “Capeta do Vilarinho”.
“Dei entrevista e todo mundo contava o conto, e aumentava um ponto. Deu na televisão, no rádio, no jornal”, brincou Chico. “Hoje, a Quadra do Vilarinho é conhecida por futebol de salão, baile funk e o Capeta do Vilarinho”, concluiu.
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