Cercado por crianças, suspeito de estupro no Magnum diz: 'quero que tudo seja esclarecido logo’

Renata Evangelista
11/10/2019 às 12:36.
Atualizado em 05/09/2021 às 22:10
 (Renata Evangelista)

(Renata Evangelista)

O estudante de educação física que está sendo investigado por supostamente abusar de crianças dentro do Colégio Magnum Cidade Nova, na região Nordeste da capital, recebeu o apoio e solidariedade dos estudantes, mães e funcionários da instituição, nesta sexta-feira (11), em um ato realizado em frente à escola. 

Quando chegou ao local para participar da manifestação, o ex-monitor foi cercado por diversas crianças e aplaudido por dezenas de pessoas. “Quero que tudo isso acabe logo para que eu possa voltar a ter minha vida normal”, disse o rapaz, de 22 anos. “Sei que vou ter que matar um leão por dia, mas estou confiante de que a situação será esclarecida”, completou. 

Na porta da escola, o investigado recebeu flores e abraços.  Uma antiga professora do rapaz esteve no local e passou mal. “Sei que ele não fez nada de errado”, declarou a mulher. 

Apoio

Nesta sexta, cartazes em apoio ao monitor e aos outros professores da escola foram afixados no portão da instituição. Mensagens como: “confiamos em você! Vamos lutar com você até o fim” e “lutamos pela verdade” são algumas das frases que estamparam os cartazes. 

A advogada Renata Porto, de 39 anos, é mãe de um menino de 9 anos que estuda na instituição há três anos. Ela disse estar abalada com as denúncias dos supostos abusos. “Tenho certeza da inocência dele. Ele já trabalhou na minha casa”, relatou.

A administradora Francielle Teixeira Magela, de 38 anos, também participou da manifestação, segundo ela, “para não permitir injustiças”. A mãe contou que o monitor, que hoje está sendo investigado, teve contato com o filho dela por três anos e o menino nunca relatou queixas. “Pelo contrário, meu filho gosta muito dele. Tenho certeza absoluta de que nenhum crime aconteceu aqui”, disse.

Justiça

Desde que os casos dos supostos estupros contra crianças vieram à tona, o suspeito alega inocência. "Eu tenho certeza de que ele vai se livrar das acusações. Só ontem (quinta-feira), ouvi depoimentos de 43 mães, professores e amigos, todos apoiando-o (o suspeito). Os pais falam que deixavam e continuam deixando os filhos com ele", declarou o advogado Fabiano Lopes, que representa o monitor.

Na quinta-feira, a Polícia Civil apreendeu um aparelho celular durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão na casa do monitor. Até o momento, dezenas de pessoas prestaram depoimentos, mas o suspeito só deve ser ouvido pelas delegadas responsáveis pelo inquérito no final da investigação. A polícia informou que o processo corre sob sigilo e que, por isso, não vai passar detalhes do caso.

O Colégio Magnum foi procurado pela reportagem nesta sexta-feira para comentar sobre a manifestação e informou que "agradece as manifestações de carinho de educadores de todo o país, das famílias, alunos e ex-alunos". A assessoria da escola também ressaltou que o movimento foi legitimamente espontâneo. 

"Permanecemos centrados no apoio psicológico e jurídico a todos os envolvidos, reafirmando nossa crença na verdade, no princípio da Justiça e à disposição das autoridades competentes para que a verdade seja revelada", conclui o comunicado. 

Denúncia

As investigações começaram na última sexta-feira (4) após a denúncia da primeira mãe. Ela procurou a polícia e contou “que seu filho, de 3 anos, ficava tentando beijar sua boca, atitude não comum entre mãe e filho”. Ela disse também que, ao questionar o comportamento, ele respondeu que teria aprendido isso com o suspeito. Ainda de acordo com a mãe, o aluno "foi forçado a tocar no pênis do autor e que o autor tocou no pênis da vítima”. De acordo com a Polícia Militar, a mãe voltou a questionar a criança, que, por sua vez, fez gestos indicando que teria feito sexo oral com o rapaz. 

O segundo caso teria sido semelhante, com a criança relatando situações parecidas com as denunciadas anteriormente. 

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