'Cestas da Memória' é retomado para identificar acervo não catalogado no Arquivo Público de BH

Lucas Eduardo Soares
08/08/2019 às 20:11.
Atualizado em 05/09/2021 às 19:55
 (Maurício Vieira)

(Maurício Vieira)

Quase três anos depois, os “guardiões” da capital vão novamente se reunir, nesta sexta-feira (9), para identificar documentos históricos do Arquivo Público da Cidade (APCBH). Criado em 2003, mas suspenso por falta de recursos financeiros, o projeto "Cestas da Memória" já ajudou a reconhecer 20 mil imagens que compõem o acervo da unidade. Outras milhares aguardam pela perícia.

Para isso, o grupo formado por profissionais do órgão e voluntários vai exercitar a memória, destaca a coordenadora da iniciativa, Joanna Guimarães. “A intenção é fazer encontros temáticos. Na reabertura do projeto, os logradouros serão abordados. Convidamos pessoas que conseguem contribuir com ricas informações sobre o assunto”, explica a historiadora e museóloga. 

Quer ver algumas imagens antigas de BH e ajudar a identificar os lugares desconhecidos? Então acesse o Instagram do Hoje em Dia, analise as fotografias e deixe seu comentário.

Na sede do APCBH, no bairro Floresta, Leste da metrópole, os participantes analisam mapas, fotos de prédios, praças e vários registros feitos pela prefeitura ao longo dos anos. Os detalhes são coletados pelos técnicos da unidade e adicionados à coleção.Maurício VieiraFotografias em preto e branco aguardam o reconhecimento pelos voluntários

Histórias

Além de identificar datas e locais das imagens, o projeto permite entender como os moradores reagiam às mudanças na cidade. 

Dentre as imagens analisadas, o grupo descobriu que os habitantes comemoraram quando rios e córregos que cortam o Centro de BH foram canalizados, conta Michelle Torre, técnica em Patrimônio Cultural. “A população fazia festa. Nas fotos, é possível ver os prefeitos caminhando pelas calçadas perto de faixas de agradecimento”.

Troca de afeto

Os idosos são a maioria na iniciativa, afirma Gabriella Diniz Mansur, técnica em descrição e tratamento do acervo do arquivo. Além da identificação de elementos da história da capital, ela ressalta a importância do projeto por conta do afeto entre os participantes. “Levam a sério o que chamam de ‘trabalho’, mas não deixam de contar velhos causos”.

Para a técnica, todo o processo de descoberta é muito rico, desde o momento que entra em contato com os voluntários, confirmando as datas e o transporte para levá-los ao APCBH, até o momento das reuniões. “Tenho uma relação muito forte com os meus avós e vejo muitas características deles nos participantes”.

O "Cestas da Memória" é realizado a cada 15 dias, às sextas-feiras, na sede do Arquivo Público da Cidade (rua Itambé, 227). Ao fim do encontro, voluntários e técnicos do órgão participam de um lanche de interação, diz Joanna Guimarães.

O projeto é aberto ao público e as inscrições feitas de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h, pelo telefone (31) 3277-4665. Durante o cadastro, a pessoa indica em quais tópicos consegue ajudar a reconhecer fotos e registros do acervo.

A unidade também recebe doações de imagens e documentos que contam a história de Belo Horizonte.

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