
Foram identificados, nesta terça-feira (24), os corpos de Renata Juliene Belchior e Gabriela Belchior, encontrados carbonizados em um veículo na BR-251 na cidade de Unaí, no Noroeste de Minas. Renata é mãe de Gabriela e esposa de Marcos Antônio Lopes de Oliveira, cujo corpo já havia sido identificado anteriormente.
As duas mulheres estão entre as 10 pessoas desaparecidas após a chacina da da família da cabeleireira Elizamar da Silva, no Distrito Federal, no último dia 12. Três suspeitos foram presos pelo crime e um quarto é procurado.
Até o momento, dos 10 corpos localizados pela polícia, 9 já foram identificados oficialmente. São eles:
- Elizamar da Silva: cabeleireira, encontrada morta;
- Thiago Gabriel Belchior, de 30 anos, marido de Elizamar Silva;
- Rafael da Silva: filho de Elizamar e Thiago, encontrado morto;
- Rafaela da Silva: filha de Elizamar e Thiago, encontrada morta;
- Gabriel da Silva: filho de Elizamar e Thiago, encontrado morto;
- Marcos Antônio Lopes de Oliveira: pai de Thiago e sogro de Elizamar, encontrado morto;
- Renata Juliene Belchior: mãe de Thiago e sogra de Elizamar;
- Gabriela Belchior: filha de Marcos e Renata, irmã de Thiago e cunhada de Elizamar;
- Claudia Regina Marques de Oliveira, ex-mulher de Marcos Antônio Lopes de Oliveira, pai de Thiago.
Ana Beatriz Marques de Oliveira, filha de Cláudia e Marcos Antônio, segue desaparecida.
Vale destacar que Thiago Gabriel e Claudia Regina foram identificados estão entre os três corpos localizados nesta terça pela Polícia Civil do Distrito Federal. O terceiro corpo ainda não foi identificado pode ser de Ana Beatriz.
Processo de identificação
De acordo com disse o perito criminal Giovanni Vitral, chefe do Laboratório de DNA do Instituto Médico Legal (IML), a identificação das duas mulheres foi possível por meio dos dados genéticos de Marcos, marido de Renata e pai de Gabriela.
"Por meio da perícia, obtivemos a informação de que se tratavam de corpos de uma pessoa mais velha e de uma pessoa mais jovem. A partir daí, criamos a hipótese de que a mais velha seria mãe da mais jovem. Com os dados genéticos do Marcos, conseguimos realizar a identificação completa da família", explica.
Já a médica-legista e diretora do IML de Belo Horizonte, Naray Jesimar, afirmou que ainda não é possível saber se as mulheres foram assassinadas antes de serem carbonizadas ou se foram queimadas vivas.
“Existe um exame específico para descobrirmos esta informação e não há previsão para que o resultado seja entregue. É um procedimento mais detalhado e leva tempo”, diz.
Segundo Naray, nenhum familiar das mulheres foi até o IML para reconhecer os corpos ou retirá-los para sepultamento.
“Não sabemos se eles têm parentes em Belo Horizonte, todos os possíveis parentes estariam no Distrito Federal, mas também não temos certeza desta informação. A partir do momento em que identificamos os corpos, eles já podem ser retirados pelos familiares”, diz.
Enquanto isto não ocorre, eles ficam em câmaras de congelamento aguardando os trâmites legais.
“Caso não sejam retirados, eles serão sepultados pelo próprio IML. Acreditamos, porém, que parentes destas mulheres vão reivindicar os corpos e realizar o sepultamento”, aponta.
O caso
Segundo a Polícia Civil, o caso começou a ser investigado depois que familiares relataram, no dia 12 de janeiro, o desaparecimento da cabeleireira Elizamar da Silva, de 39 anos, e de seus três filhos pequenos.
No dia seguinte, o veículo dela foi encontrado com os quatro corpos queimados dentro, perto de Cristalina (GO), no Entorno do DF. O marido dela, Thiago Belchior, também desapareceu.
Três dias depois, parentes também reportaram o desaparecimento de mais três pessoas da família: o pai, a mãe e uma irmã de Thiago, respectivamente.
O carro de Marcos Antônio, sogro de Elizamar, foi encontrado carbonizado, com dois corpos dentro, no fim de semana do desaparecimento da família, em Unaí.
Por fim, a ex-mulher de Marcos e a filha deles, Claudia Regina Marques de Oliveira e Ana Beatriz Marques de Oliveira, respectivamente, também desapareceram.
Três presos e um suspeito
Três suspeitos já foram presos por envolvimento no desaparecimento da família: Gideon Batista de Menezes, Horácio Carlos Ferreira Barbosa e Fabrício Silva Canhedo.
O primeiro trabalhava com Marcos Antônio, sogro de Elizamar e pai de Thiago. O segundo confessou o crime à polícia e disse, ainda, que os assassinatos foram encomendados por Thiago e Marcos Antônio. O terceiro foi preso depois disso.
O quarto suspeito, Carlomam dos Santos Nogueira, é procurado e suspeita-se que ele conhecia as vítimas e pelo menos um dos outros suspeitos.