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Chega a BH comissão da Unesco que pode tirar o título de Patrimônio da Humanidade da Serra do Curral

Luciane Amaral
Lamaral@hojeemdia.com.br
05/07/2022 às 20:11.
Atualizado em 05/07/2022 às 20:35
 (Valéria Marques/Hoje Em Dia)

(Valéria Marques/Hoje Em Dia)

A comissão de especialistas que vai avaliar as condições de conservação do patrimônio arquitetônico e arqueológico da Serra do Curral, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, começou a chegar à capital mineira nesta terça-feira (5).

O resultado da avaliação pode levar a Serra do Curral a perder o título de Patrimônio da Humanidade da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco). 

O grupo, composto por 5 experts - do México, da Argentina, do Uruguai e do Brasil - vai fazer uma visita técnica à serra, indo até o Pico Belo Horizonte, a região do Taquaril e ao Parque Linear, no limite entre Nova Lima e BH. 

Depois da análise técnica, os especialistas irão anunciar se vão manter o pedido de intervenção no caso da Serra do Curral, que foi protocolado no Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos), instituição que assessora a Unesco. 

Heritage Alert

O pedido de lançamento do Heritage Alert (Alerta Patrimonial) foi feito em maio, em Paris, pelo Núcleo de Minas Gerais do Icomos/Brasil. E encaminhado ao vice-presidente do Icomos para as Américas, arquiteto Leonardo Castriota, que iniciou o processo que pode culminar com a emissão de um alerta. 

É um procedimento técnico que serve para chamar a atenção das autoridades, da sociedade civil e do público em geral para situações de risco em relação ao patrimônio, e, por isso, importante para a defesa da Serra do Curral.

Leonardo Castriota explica que no documento de lançamento do Heritage Alert há doze itens que, caso sejam adotados, podem resultar na retirada do pedido.

“O mais importante é o tombamento estadual da serra, seguindo o dossiê do Iepha (Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais), que hoje existe de forma provisória”, destaca o arquiteto e professor na Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais.

Ainda de acordo com o vice-presidente do Icomos, também é preciso “reforçar o tombamento municipal e ampliar o tombamento federal”. O pedido ainda inclui a criação de um Plano de Recursos Hídricos para a Serra do Curral e a implantação dos Parques Linear e Metropolitano.

Proteção provisória 

Nesta terça, o Iepha publicou uma portaria com a proteção provisória da Serra do Curral. A medida vale para todos os proprietários de terrenos dentro do perímetro citado no documento, que não poderão fazer qualquer alteração sem a liberação do instituto.

A medida, entretanto, não vale para os empreendimentos já liberados no local, como o da mineradora Tamisa S.A., alvo de críticas de diversos setores da sociedade.

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