O grupo de ciclistas de Belo Horizonte, Terça das Manas, realizou, nessa terça (28), um manifesto contra o assédio sexual sofrido por uma jovem, no último domingo (26), no Paraná.
Na ocasião, um homem colocou o braço para fora do carro e passou a mão pelo corpo da jovem que andava de bicicleta. Ela se desequilibrou, caiu e sofreu diversos ferimentos. Ele já foi identificado e preso.
O ato
As ciclistas se reuniram na Praça da Estação, em solidariedade à colega paranaense. Segundo a integrante do grupo, Bruna Guimarães, mais de 40 ciclistas estiveram presentes na praça para homenagear a jovem. A engenheira conta que o grupo ficou sensibilizado com o ocorrido. “Quando a gente viu o vídeo, da violência que fizeram com ela, nós decidimos fazer esse pedal em homenagem a ela (…) É importante mostrar nosso apoio, mostra que ela não esta sozinha nessa luta”, declarou.
A ciclista explica que a luta contra o assédio é uma questão política. Ela relata que o assédio às ciclistas é frequente e acontece de diferentes formas. “Quando a gente pedala, frequente ouvimos assovios (…) o trânsito é hostil e nós ficamos expostas a esse assédio na rua”, declarou.
De acordo com a participante do grupo, as mulheres representam apenas 10% do total de ciclistas da capital mineira. O grupo foi criado em 2018 e foi ganhando mais adeptas ao longo de três anos. O Terça das Manas luta pelo respeito e segurança das mulheres ciclistas em BH. “É um grupo feminista, criado por mulheres e para as mulheres”. São cerca de 40 integrantes que, como o nome sugere, saem pedalando pelas ruas da capital todas as terças.
Apesar dos desafios enfrentados por estas mulheres, a ciclista Bruna conta que a luta do “Terça das Manas” continua, “não vamos sair das ruas, vamos nos fazer presente e no posicionar contra esses abusos”.