Coletivo de mulheres grafita muro de batalhão dos bombeiros em BH

Mariana Durães
mduraes@hojeemdia.com.br
27/11/2018 às 10:52.
Atualizado em 28/10/2021 às 02:24
 (Maurício Vieira / Hoje em Dia)

(Maurício Vieira / Hoje em Dia)

​Como parte das comemorações dos 25 anos da entrada das mulheres no Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, o quarteto de artistas do "Minas de Minas Crew" está grafitando parte do muro do 1º batalhão, localizado na avenida Afonso Pena, bairro Funcionários, Centro-Sul de BH. As imagens retratam atividades realizadas por elas, desde o combate a incêndios até a participação na banda da corporação. A arte começou a ser feita no domingo (25) e será finalizada nesta quarta-feira (28). 

O local foi escolhido por ser a sede mais antiga e ter sido a unidade na qual as primeiras militares foram treinadas. O muro, de aproximadamente 40 metros de largura e quatro de altura fica rua Maranhão, na esquina da avenida Afonso Pena. 

"O que estamos fazendo é uma homenagem a essas mulheres, principalmente da primeira turma, que já estão quase saindo da corporação. Achamos que elas mereciam ser lembradas antes disso", explica o tenente Fábio Gomes, que desenvolveu o projeto com a ajuda do tenente e chefe da sala de imprensa Pedro Aihara.

Para o militar e para Krol, uma das grafiteiras responsáveis, a iniciativa ajuda a ilustrar a quebra do tabu de que toda instituição militar é muito séria e formal. A escolha desse tipo de arte, segundo o tenente, é uma forma de valorizar e reconhecer "uma expressão cultural muito presente na cidade". 

"Nós já temos um projeto, chamado 'Nós Podemos Tudo', no qual retratamos mulheres, famosas ou não. O convite dos bombeiros foi uma surpresa, até pelo perfil das unidades militares, e porque nunca tinha visto um trabalho autoral ganhar espaço assim nessas corporações", afirma Krol. "Então para nós, retratar esse marco histórico de participação das mulheres, que ainda é muito reduzida, é muito interessante", finalizou. 

Arte de rua

O grupo que trabalha no mural surgiu há seis anos, como forma de incentivar as mulheres a conhecerem o grafite e outras atividades das ruas. Nesse projeto, participam quatro artistas: Mica, Musa, Viber e Krol (nomes artísticos). 

Reconhecidas como um dos grupos mais importantes no país, elas já participaram de eventos em diversos estados, como Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. 

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 Presença de mulheres

A primeira turma do Corpo de Bombeiros formada por mulheres foi a 113. O ingresso, que iniciou nos anos 1990, se efetivou com a lei nº 11.099, em 18 de maio de 1993. Com a previsão em lei, oitenta mulheres ingressaram no curso de formação de soldados. Para acompanhar as recém-chegadas, foram destacadas uma tenente e uma capitã da Polícia Militar e os dois pelotões femininos tiveram curso nas dependências do 1º Batalhão de Bombeiros Militar (1ºBBM). No fim do processo, 9 meses de preparação depois, 67 bombeiras faziam parte da corporação.

Desde o início elas foram apresentadas a mesma grade curricular dos homens da época: natação, salvamento aquático, mergulho, salvamento terrestre, salvamento em altura, ordem unida, educação física, combate a incêndio, entre outros. Fizeram, ainda, as atividades de campo nos moldes realizados por seus colegas com acampamentos e jornadas militares. Passaram também por testes de força, resistência e técnica. Atualmente, são mais de 500 mulheres na corporação.

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