Saúde

Com vacinação em baixa, mortes causadas pela meningite disparam 84% em Minas

Da Redação
horizontes@hojeemdia.com.br
17/10/2022 às 10:15.
Atualizado em 17/10/2022 às 10:18
 (Geovana Albuquerque/ Agência Saúde DF)

(Geovana Albuquerque/ Agência Saúde DF)

A cada sete pessoas diagnosticadas com meningite em Minas, uma não resiste às complicações. Já são mais de 90 óbitos – número 84% maior do que em todo o ano passado. A vacinação é a forma mais eficaz de evitar a infecção, mas os baixos índices da cobertura despertam a atenção de médicos e autoridades. O apelo é para que os pais levem os filhos aos postos de saúde.

Considerada endêmica no Brasil, a doença acomete pessoas de qualquer idade, mas o risco é maior para os menores de cinco anos. Caso de um bebê de 3 meses, que morreu na semana passada em Betim. Essa é a terceira morte na cidade da Grande BH em 2022. Além disso, 38 casos foram confirmados nos últimos dois anos.

Número de mortes por meningite em Minas, até setembro, já é maior do que todos os óbitos registrados no ano passado

Em Minas, de janeiro a setembro 617 pessoas contraíram meningite. A transmissão se dá por meio das vias respiratórias, por gotículas e secreções do nariz e da garganta. Há casos em que a transmissão é fecal-oral, por meio da ingestão de água ou alimentos contaminados, ou ainda pelo contato com fezes de pessoas infectadas. 

A ocorrência das meningites bacterianas é mais comum no outono-inverno e das virais, na primavera-verão. O quadro clínico pode ser grave e as pessoas que apresentam sintomas suspeitos devem procurar atendimento médico imediato.

“É necessário ficar atento a sintomas como cefaleia, febre, vômitos associados a quadros de prostração intensa, irritação, rigidez de nuca ou convulsão. Estes sintomas sinalizam a necessidade de assistência médica, com urgência”, afirma Gilmar Rodrigues, coordenador de Doenças e Agravos Transmissíveis da Vigilância Epidemiológica Estadual da Secretaria de Estado de Saúde (SES). 

O técnico reforça que a prevenção se dá, principalmente, pela vacinação, disponibilizada na rede pública. Podem receber as doses crianças, adolescentes e trabalhadores da saúde, que são os grupos de maior risco.

Atualmente, a cobertura vacinal contra a meningite está em 74% para crianças menores de 1 ano e em 75% para as de 12 meses. Porém, a meta preconizada pelo Ministério da Saúde é 95%.

Vacinas contra a meningite oferecidas:

  • Meningocócica C (conjugada)
  • Duas doses, aos 3 e 5 meses, com intervalo de 60 dias. Reforço: aos 12 meses.
  • Meningocócica ACWY (conjugada)
  • Uma dose para adolescentes de 11 e 14 anos. Para os de 13 e 14 anos está disponibilizada, temporariamente, até junho de 2023.
  • Pneumocócica 10-valente (conjugada)
  • Duas doses aos 2 e 4 meses, com intervalo de 60 dias. Reforço: aos 12 meses de idade.
  • Vacina Penta
  • Três doses, aos dois, quatro e seis meses, com intervalo de 60 dias.
  • Vacina BCG
  • Dose única, de preferência, logo após o nascimento.
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