Comunidade Quilombola dos Arturos é reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial de Minas
Decisão foi anunciada na tarde da terça-feira (3), em reunião realizada na sede do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha-MG)

A Comunidade Quilombola dos Arturos foi reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial de Minas Gerais, por unanimidade, por meio do Conselho Estadual do Patrimônio Cultural (Conep). A decisão foi anunciada na tarde da terça-feira (3), durante reunião realizada na sede do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha-MG), em Belo Horizonte.
"É um dia de muita alegria e emoção. Temos o direito de ir e vir, de cantar, de fazer nossas tradições", destacou o Mestre José Bonifácio, conhecido como Bengala, representante da Comunidade dos Arturos.
Segundo Everton Eustáquio da Silva, um dos representantes da comunidade quilombola, o “reconhecimento do Estado é de extrema importância, um momento muito marcante para a comunidade”.
De acordo com o presidente do Iepha-MG e secretário executivo do Conselho Estadual do Patrimônio Cultural, João Paulo Martins, a revalidação é um momento importante previsto na legislação. “É a oportunidade de avaliar as ações de salvaguarda realizadas nos últimos dez anos e marca o reconhecimento das tradições afromineiras”, diz.
Na reunião de terça-feira (3), o Conep também aprovou a criação do Catálogo da Paisagem Cultural de Minas Gerais, documento que será elaborado pelo Iepha-MG com o objetivo de promover e valorizar o patrimônio cultural do estado.
Histórico
Em maio de 2014, a Comunidade Quilombola dos Arturos foi reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial de Minas Gerais, sendo o primeiro registro de uma comunidade tradicional dentro da categoria de lugares.
Em 2024, foi elaborado um Relatório de Reavaliação para o Conep, exigido a cada dez anos para verificar a continuidade e transformações do bem cultural.
O documento resultou de parceria entre os Arturos, o Iepha-MG e a Diretoria de Memória e Patrimônio da Secretaria de Cultura de Contagem, com base em pesquisas, entrevistas com lideranças, registro da Festa de Nossa Senhora do Rosário e a realização de um seminário pelos dez anos do título, entre outras iniciativas.
História centenária
A história da Comunidade Quilombola dos Arturos, localizada em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), teve início há 140 anos, fruto da união de Arthur Camilo Silvério e Carmelinda Silva, descendentes de escravos negros africanos que viviam e trabalhavam na região dos atuais municípios de Contagem e Esmeraldas.
Desde então, a comunidade, atualmente composta por cerca de 230 famílias, preserva e atualiza diversas tradições da cultura negra mineira e brasileira.
*Com informações da Agência Minas
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