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Deixada desacordada

Condutas ‘irresponsáveis, inconsequentes’ resultaram em estupro de jovem após show, avalia delegada

Raquel Gontijo
raquel.maria@hojeemdia.com.br
Publicado em 09/08/2023 às 18:15.Atualizado em 09/08/2023 às 18:15.

Uma série de condutas “irresponsáveis”, “inconsequentes” e "criminosas" resultaram no estupro da jovem de 22 anos no bairro Santo André, na região Noroeste de Belo Horizonte, na madrugada de 30 de julho, após um show no Mineirão. É o que avalia a delegada da Polícia Civil responsável pelo caso, Danúbia Quadros.

Dois dos quatro investigados pela polícia foram indiciados. O pintor que carregou a mulher, por estupro de vulnerável. Já o motorista de aplicativo que a deixou desacordada na rua, pelo crime de abandono de incapaz.

O amigo que passou a tarde acompanhado da jovem no show de pagode e o motociclista que ajudou a desembarcar a vítima do carro de aplicativo não foram indiciados, mas tiveram condutas “reprováveis”, que poderiam ter evitado os crimes.

"A polícia judiciária trabalha com condutas criminosas, tipificadas na legislação penal. Por mais reprovável socialmente, por mais inconsequentes e irresponsáveis que tenham sido as condutas, principalmente dessa pessoa que a jovem chama de “amigo”, a polícia não aferiu uma tipificação penal para esse comportamento”, detalhou a delegada.

Na avaliação da policial houve uma "irresponsabilidade enorme” do amigo que a deixou sozinha em um carro de aplicativo após a jovem ter ingerido bebida alcoólica durante todo o dia. Apesar de estar acordada quando entrou no carro, ela estava visivelmente embriagada e precisava ser “amparada”.

Durante as investigações, a polícia descobriu que a vítima tem um histórico de doenças graves, já que nasceu sem parte do estômago e do esôfago. A condição, inclusive, manteve a jovem afastada do convívio social durante muitos anos. Ela, que não tem costume de beber, ficou desacordada por mais de quatro horas e foi encontrada com vômito na roupa.

Em depoimento à polícia, o amigo alegou que a corrida por aplicativo foi compartilhada com o irmão da jovem e que o mesmo estaria aguardando na porta de casa. Porém, não foi o que aconteceu.

Ao chegar ao endereço, o motorista de aplicativo não encontrou ninguém. Com a ajuda de um motociclista que passava pelo local, deixou a mulher desacordada no passeio de casa. O motorista ainda tentou tocar o interfone do prédio e de imóveis vizinhos, mas, como não foi atendido, resolveu ir embora.

Para a delegada, o caso deve servir de lição para toda a sociedade. “Esse caso deve servir como alerta. Foram várias condutas socialmente reprováveis, duas delas inclusive criminosas, que poderiam ter evitado um estupro se a gente tivesse, desde o início, tido uma conduta de segurança”, reforçou.

A polícia ainda aguarda a conclusão de exames toxicológicos e de material genético. Mas, segundo a delegada, os indiciamentos independem do resultado dos laudos.

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