O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se encontrou com o Papa Leão XIV nesta segunda-feira (13) no Vaticano. Durante a reunião, o brasileiro conversou com o pontífice sobre temas como religião, fé, e o Brasil, e também entregou um livro sobre os Ashaninka como presente para o religioso. Mas, afinal, você conhece a população Ashaninka?
A população Ashaninka é um povo indígena natural da Amazônia. O nome "Ashaninka" significa, em sua própria língua, algo como "meus parentes", "minha gente" ou "meu povo". Eles pertencem à família linguística Aruak (ou Arawak) e são o principal componente do subgrupo Aruak subandino.
Segundo o site Povos Indígenas do Brasil, a grande maioria da população Ashaninka vive no Peru, somando mais de 90 mil pessoas. No Brasil, o contingente é menor, mas de grande importância, contando com aproximadamente 1.600 a 3.000 indivíduos, segundo o Censo de 2020.
A presença Ashaninka no Brasil está concentrada na região do Alto Juruá, no estado do Acre, uma área de fronteira com o Peru. A divisão do povo entre os dois países é uma consequência da formação dos Estados-nações e da demarcação das fronteiras internacionais.Os Ashaninka brasileiros vivem em Terras Indígenas situadas nos rios Amônia, Envira, Breu e Tarauacá, todas no Acre.
Eles são reconhecidos por sua vestimenta tradicional, a Kithar, uma longa túnica de algodão tecida em teares tradicionais. O corte e as linhas estampadas variam para homens e mulheres.
Historicamente, são conhecidos como um povo guerreiro por sua longa e contínua luta na defesa de seus territórios contra invasores, como seringueiros, madeireiros e traficantes.
Os Ashaninka do Acre se destacam por sua vanguarda em projetos de gestão territorial e ambiental. Eles desenvolveram um modelo de vida que concilia a preservação da floresta com o desenvolvimento sustentável, incluindo a criação de projetos de agrofloresta e a produção de artesanato como fonte de renda.
Luta pela proteção do território
O povo Ashaninka do Rio Amônia tem uma história emblemática de luta pela demarcação e proteção de seu território. Nos anos 1980, sofreram intensamente com invasões e desmatamento. O caso resultou em um acordo judicial histórico no Brasil, onde eles foram indenizados pelo governo federal por danos ambientais e territoriais, estabelecendo um importante precedente jurídico na defesa dos direitos indígenas.
Apesar da fronteira internacional, os Ashaninka de ambos os lados (Brasil e Peru) mantêm laços culturais e alianças políticas, organizando-se em eventos e projetos binacionais para a defesa conjunta do território Aruak contra atividades ilegais transnacionais.
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