A construção de um complexo minerário na Serra do Curral, perto do Pico Belo Horizonte, foi aprovada na madrugada deste sábado (30) durante reunião do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam-MG). O projeto da Taquaril Mineração S.A (Tamisa) recebeu oito votos favoráveis e quatro contrários.
Na última terça-feira (26), o Ministério Público de Minas (MPMG) ajuizou uma ação contra a Tamisa e a Prefeitura de Nova Lima, afirmando que o empreendimento da mineradora ameaça o patrimônio tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
A instalação do complexo inclui lavra a céu aberto de minério de ferro, unidade de tratamento de minerais, pilhas de rejeito estéril, estradas internas, bacias de contenção de sedimentos, estruturas e prédios administrativos.
Entre os órgãos a favor do projeto estão a Secretaria de Estado de Governo de Minas, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese), a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemge), a Agência Nacional de Mineração (ANM), o Sindicato das Indústrias Extrativas de Minas Gerais (Sindiextra), a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), a Sociedade Mineira de Engenheiros e a Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Minas (Sede).
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a Fundação Relictos - de apoio ao Parque Florestal Estadual do Rio Doce -, a Associação Promutuca e a Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental votaram contra a instalação do complexo da mineradora na Serra do Curral.
Oposição
O movimento Tira o Pé da Minha Serra foi contra a decisão da maioria dos conselheiros do Copam. Segundo os organizadores do grupo, a operação do Complexo Minerário da Serra do Taquaril "promoverá destruição irreparável em grande parte da Serra do Curral e do Pico Belo Horizonte, símbolo da capital mineira que está na bandeira e no brasão da cidade''.
A organização denuncia ainda que, por estar ao lado de bairros como o Taquaril, Serra e Mangabeiras, a instalação do complexo minerário pode prejudicar “seriamente” a saúde da população devido ao excesso de poeira, tráfego intenso de caminhões e constantes explosões de dinamite.