A Região Sudeste é a que concentra a maioria dos registros (Adelcio R Barbosa /Prefeitura de Contagem)
Subiu para 47 o número de casos suspeitos de febre maculosa sob investigação, segundo a Secretaria Municipal de Saúde de Contagem, nesta quinta-feira (13). Outros cinco casos da doença já foram confirmados na cidade, sendo que quatro evoluíram para morte.
Nesta sexta-feira (14), agentes de zoonoses vão realizar a aplicação de veneno nas casas da rua Primeiro de Maio, no bairro Vila Boa Vista. É a terceira fase da dedetização de um total de quatro ciclos. De acordo com a pasta, 128 pessoas participaram de um mutirão de capina no bairro e podem ter sido picadas pelo carrapato-estrela, transmissor da doença. Outras pessoas que entraram na mata e ainda não apresentaram os sintomas da febre maculosa estão sendo acompanhadas.
A Prefeitura de Contagem informa que está dando banho de carrapaticida nos cavalos de carroceiros da regional Nacional em dois ecopontos e mais de 50 trabalhadores já levaram os animais. Os banhos devem ser realizados a cada 15 dias e o trabalho deve ser ofertado até agosto.
A administração municipal faz ainda um alerta para que as pessoas não hostilizem os carroceiros e nem maltratem os animais, já que os cavalos são importantes para que não haja infestação de carrapatos – o banho de carrapaticida elimina os parasitas. Também há uma orientação para que as pessoas não matem as capivaras, pois quando um animal morre, o carrapato procura outro ser vivo para se alimentar e o perigo pode se espalhar ainda mais.
Em Belo Horizonte, 33 casos estão sob suspeita de febre maculosa, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde e nenhum foi confirmado por exame laboratorial. De acordo com a pasta, são pacientes que apresentaram febres, condições ambientais e outros sintomas, cuja febre maculosa é uma das hipóteses de diagnóstico. Val reforçar que os sintomas dessa doença são parecidos com os da dengue, doença que levou a mais de 399 mil notificações em Minas Gerais neste ano, com 74 mortes confirmadas.
Letalidade
A febre maculosa mata quatro a cada dez infectados. A enfermidade é mais comum entre junho e novembro, conforme a Secretaria de Estado de Saúde (SES). Nesses meses, a população de carrapato-estrela, transmissor da bactéria, aumenta devido ao ciclo de vida da espécie. A doença provoca febre alta, manchas na pele e dores no corpo.
Orientações
Pessoas que moram perto de áreas com possibilidade de existência do carrapato-estrela devem examinar o corpo a cada três horas, usar roupas claras e compridas, colocar barras da calça para dentro da meia e usar sapatos fechados. Outras orientações, são:
- Se encontrar um carrapato no corpo, o recomendável é utilizar uma pinça e retirar o parasita pelo bico. Apertar o animal com os dedos pode fazer com que o sangue caia na corrente sanguínea do ser humano;
- Outro alerta da prefeitura é de que as pessoas não matem as capivaras. O carrapato-estrela é hospedeiro de animais que estão com sangue quente. Quando um animal morre, o carrapato procura outro ser vivo para se alimentar e o perigo pode se espalhar ainda mais;
- O abandono de animais em outras regiões também pode fazer com que a doença se espalhe. A responsabilidade pela higienização é dos donos.
Tratamento precoce é essencial
Ao primeiro sinal da doença, a orientação é procurar atendimento médico imediatamente, já que o tratamento precoce é essencial para evitar formas mais graves da febre maculosa e até mesmo a morte, segundo o Ministério da Saúde. Veja abaixo alguns sintomas:
- Febre acima de 39ºC e calafrios, de início súbito;
- Dor de cabeça intensa;
- Náuseas e vômitos;
- Diarreia e dor abdominal;
- Dor muscular constante;
- Inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés;
- Gangrena nos dedos e orelhas;
- Paralisia dos membros que inicia nas pernas e vai subindo até os pulmões causando parada respiratória;
- Além disso, com a evolução da febre maculosa é comum o aparecimento de manchas vermelhas nos pulsos e tornozelos, que não coçam, mas que podem aumentar em direção às palmas das mãos, braços ou solas dos pés.
Com Renata Evangelista
Editoria de Arte / N/A