Corrupção na Ciretran de Ipatinga pode ter relação com execuções de jornalistas

Carlos Calaes - Hoje em Dia
15/05/2013 às 20:42.
Atualizado em 21/11/2021 às 03:43

Um esquema de corrupção e pagamento de propinas na Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran) de Ipatinga, no Vale do Aço, que funcionaria há pelo menos cinco anos e teria provocado prejuízos milionários aos cofres públicos, pode estar por trás dos assassinatos do jornalista Rodrigo Neto e do repórter fotográfico Walgney Assis. O esquema envolveria um ex-delegado geral da Polícia Civil, um vereador, policiais civis e empresários de Ipatinga, todos indiciados por corrupção em inquéritos da Corregedoria Geral da Polícia Civil (CGPC) de Minas Gerais. Nesta quarta-feira (15), o deputado Durval Ângelo (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, em entrevista coletiva, divulgou cópias dos inquéritos policiais.    Delegado geral   Nesses documentos, constam como indiciados o ex-delegado geral da Polícia Civil, um vereador, dois policiais civis lotados na Ciretran e três empresários, proprietários de fábricas de placas para veículos. De acordo com o deputado, as investigações da CGPC descobriram na Ciretran de Ipatinga “graves situações de corrupção, que auferiam vantagens financeiras por meio de benesses e facilidades oferecidas pelo órgão no Vale do Aço”.   Execução   Segundo Durval Ângelo, o jornalista Rodrigo Neto, que atuava numa emissora de rádio, preparava sua volta à imprensa escrita. Em um reportagem especial, ele denunciaria o esquema, mas acabou executado antes. O fotógrafo Walgney Assis chegou a falar para sua mulher – que é policial militar – e para policiais civis da CGPC que ele sabia quem teria assassinado Rodrigo. Dias depois, também foi executado a tiros. “A morte dos dois não foi em vão, pois acabou atraindo mais atenção e expondo o esquema criminoso”, resumiu o deputado Durval Ângelo, que também pretende requerer a prisão preventiva dos indiciados.    Quadrilha   Ainda segundo o deputado, eles são apenas “a ponta do iceberg”, pois o esquema criminoso tem mais integrantes. Durval Ângelo também divulgou cópias de ofícios encaminhados ao governador Antonio Anastasia e ao chefe da Polícia Civil, delegado-geral Cylton Brandão da Mata, solicitando o afastamento dos policiais civis indiciados pela CGCP.    O deputado requereu, ainda, à Câmara de Ipatinga, o afastamento do vereador investigado.

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