
Em menos de dois meses, a principal tarifa de ônibus de Belo Horizonte poderá ficar mais barata. Acordo entre a prefeitura e o sindicato das empresas (Setra-BH) reduziu o preço para R$ 4,30 – ou seja, R$ 0,20 a menos. A medida, no entanto, ainda precisa ser homologada na Justiça e aprovada na Câmara Municipal.
O anúncio foi feito ontem pelo prefeito Alexandre Kalil (PSD) após o encontro entre PBH e Setra. Também ficou definido que a passagem da integração vai cair de R$ 1,35 para R$ 1,15. Os bilhetes de R$ 3,15 e R$ 1 terão os valores congelados.
Em contrapartida, a PBH disse que vai arcar com a gratuidade do transporte – de idosos e estudantes, por exemplo –, que é de R$ 5 milhões por mês, ou R$ 60 milhões ao ano. “A gratuitidade vai continuar, quem tem direito continua tendo direito, a prefeitura assume”, disse.
Conforme informou Kalil na manhã desta quarta-feira (22), o valor que será gasto pela administração municipal virá de recursos da própria prefeitura. “Isso vai sair de uma prefeitura que tem dinheiro em caixa, este valor está guardado, é do recurso ordinário do Tesouro e será colocado na veia da população. Uma forma melhor de colocar no bolso deles é por meio da redução de tarifa”, afirmou durante entrevista concedida à TV Globo, considerando, ainda, que não haverá aumento de impostos.
Outras reclamações constantes dos usuários, como lotação e demora, ainda precisam de ajustes. “Continuamos as conversas, agora com questões mais operacionais”, afirmou o presidente do Setra-BH, Raul Leite.
Vereadores
A expectativa é que o acordo seja homologado na Justiça até 15 de janeiro. “Em fevereiro, vamos levar os números para a Câmara e, imediatamente, quando forem aprovados, a tarifa cai em 24 horas”, acrescentou o prefeito, que ainda acredita que o projeto não enfrentará problemas para aprovação na Casa.
O assunto ainda será debatido pelos parlamentares. O vereador Gabriel Azevedo (sem partido) afirmou que a redução da tarifa é válida, mas cobra que os valores sejam verificados.
“O movimento do prefeito envolve subsídio pelo município. Precisamos, porém, continuar investigando os valores e saber se estão corretos. Reduzir a tarifa para a população é muito importante, e calcular para saber se as contas estão justas também é, para que o justo subsídio não onere os cofres públicos mais do que o necessário”, afirmou em nota.
Imbróglio
A tarifa do transporte público não sofre reajuste desde janeiro de 2019, quando custava R$ 4,05. No último dia 9, a PBH informou que não haveria aumento nas passagens dos ônibus neste ano. Este foi o quinto encontro entre Kalil e Setra.