
O prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União), confirmou nesta segunda-feira (25) que irá retirar os agentes da Guarda Municipal dos centros de saúde até o fim deste ano. Segundo ele, a maioria das ocorrências nas unidades envolve "estresse" de usuários, e não casos de violência. Para o chefe do Executivo, uma das alternativas seria a contratação de lideranças comunitárias para atuar junto aos usuários da rede SUS-BH. A retirada dos servidores gera medo e insatisfação dos profissionais que atuam nos postos.
“Viemos fazendo estudos de onde precisamos atacar mais com a Guarda Municipal e onde temos guardas. Em muitos centros de saúde não há necessidade”, disse, em entrevista à rádio Itatiaia.
“A maior parte, ou todos os casos, de problemas em postos de saúde, é por estresse. Não é roubo. O cara está cansado, levou a mãe e quer que ela seja atendida. Todo mundo ali quer ser atendido e acha que o atendimento é prioritário. Temos que preparar pessoas para poder trabalhar com esse estresse. Não é o guarda fardado lá dentro que vai resolver isso. Quando precisar da guarda, ela estará lá em poucos minutos”, destaca.
Trabalhadores na bronca com retirada dos agentes
A declaração vem à tona pouco após médicos da rede SUS-BH ameaçarem entrar em greve na capital por conta da falta de segurança nas unidades.
O Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sinmed-MG) informou que ainda não foi comunicado pela PBH. Na última quinta-feira (21), os médicos vinculados à rede municipal se reuniram em assembleia e definiram que, por ora, não haverá paralisação. No entanto, ficou aprovado que, caso a prefeitura confirme a retirada dos guardas sem apresentar uma alternativa de substituição, os profissionais poderão parar as atividades.
Segundo o presidente do Sinmed-MG, André Cristiano dos Santos, não é aceitável que a segurança dos postos seja reduzida apenas a rondas e câmeras. “O que não podemos aceitar seria a simples retirada da guarda e o retorno apenas com as câmeras de segurança e as rondas, pois desta forma nós não teríamos garantias de segurança para os profissionais de saúde e para a população que frequenta as nossas unidades de saúde”, disse.
Ele lembrou que os postos funcionam como unidades de “porta aberta”, atendendo em média mais de 200 pessoas por dia. “Atendemos pessoas que muitas vezes estão fragilizadas com pontos de conflito e isso pode gerar situações conflitantes que podem se exacerbar virando às vezes situações de violência, mesmo que por uma minoria”, alertou.
Leia mais: