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Pelo WhatsApp

De 135 para 500: golpe do 'falso advogado' quase quadruplica em Minas

Já são 500 registros este ano, contra 135 em 2023 e 2024; OAB alerta sobre riscos e polícia pede que vítimas formalizem denúncia

Ana Luísa Ribeiro* e Bernardo Haddad
aribeiro@hojeemdia.com.br
Publicado em 18/08/2025 às 17:46.Atualizado em 18/08/2025 às 18:06.

O golpe do falso advogado quase quadruplicou no território mineiro este ano. Só de janeiro a agosto, a Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Minas Gerais (OAB-MG) já contabiliza cerca de 500 registros de mensagens fraudulentas pelo WhatsApp, conforme mostrou o Hoje em Dia. O crescimento é de 270% em relação a 2023 e 2024, quando os primeiros casos foram identificados e somaram 135 ocorrências.

Não há detalhes de quantas pessoas foram vítimas. No golpe, criminosos fingem ser advogados e usam fotos reais de profissionais para convencer clientes a realizar transferências bancárias. As abordagens costumam ocorrer em processos trabalhistas e previdenciários, mas também atingem ações cíveis de indenização.

O presidente da OAB-MG, Gustavo Chalfun, alerta que os criminosos se aproveitam do acesso a informações processuais nos sistemas dos tribunais. “Ações trabalhistas e previdenciárias geralmente envolvem liberação de valores para um público que não possui familiaridade com os trâmites judiciais, o que facilita o golpe. Mas outros processos cíveis como ações de indenização também podem ser alvo”, disse.

Segundo ele, a digitalização dos processos, a popularização dos aplicativos de mensagens e até a inteligência artificial contribuem para a disseminação da fraude. Como medida de proteção, a OAB oferece a ferramenta Confirma ADV, que permite verificar se o contato realmente pertence a um advogado inscrito regularmente.

“Funciona da seguinte forma: no momento do cadastro ou atualização junto à OAB, o advogado informa seus dados oficiais de contato, que passam a constar no banco de dados da instituição. Quando o cliente recebe uma mensagem de alguém se identificando como advogado, ele pode consultar o Confirma ADV e verificar se o número de inscrição da OAB e o e-mail profissional correspondem ao que está registrado, junto a Ordem”, acrescenta.

Já a Polícia Civil informou por nota que os casos só podem ser investigados desde que haja representação formal da vítima. A orientação é que qualquer pessoa lesada compareça à delegacia mais próxima com os documentos e provas disponíveis.

Por meio de nota, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) informou que os dados de processos públicos são disponibilizados conforme previsão legal. As plataformas de consulta não são de responsabilidade exclusiva do TJMG, mas são geridas e supervisionadas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

"Ressaltamos que todo cidadão tem acesso às informações de processos quando estes não tramitam sob segredo de justiça. Eventuais desvios devem ser denunciados aos órgãos competentes, tais como a Polícia, o Ministério Público, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e, no âmbito do TJMG, a Corregedoria-Geral de justiça".

*Estagiária, sob supervsão de Renato Fonseca

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