De cada 10 crimes de estelionato pela internet, 8 são de contas invadidas do Instagram

Vanda Sampaio
vsampaio@hojeemdia.com
26/03/2022 às 12:06.
Atualizado em 26/03/2022 às 23:20
 (Pixabay)

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“De tempos em tempos os estelionatários renovam as táticas criminosas. Atualmente, as redes sociais, são a bola da vez”, alerta o delegado  Ângelo Ramalho, da Delegacia Especializada em Investigação de Crimes Cibernéticos. 

De cada 10 crimes de estelionato e fraude cometidos pela internet, pelo 8 são de golpes de invasão de contas do Instagram e do Whatsaap, calcula o delegado. 

Os crimes de estelionato pela internet dispararam em Minas. Em 2019, na pré-pandemia, foram 10.488 casos denunciados. Em 2020, os registros quase dobraram, saltando para 21.479. No ano seguinte, com as pessoas comprando mais pela internet durante a pandemia, os criminosos aplicaram pelo menos 34.230 golpes.

“O comparativo entre antes e durante a pandemia, impressionam. E olha que há uma subnotificação, já que nem todos procuram a polícia para denunciar que foram vítimas”, avalia o delegado. 

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Crimes de estelionato e fraudes na internet aumentaram (Pixabay)

O objetivo é invadir a conta de pessoas que têm muitos seguidores, para anunciar produtos como eletrodomésticos, por exemplo, que nunca serão entregues. As vítimas só percebem que caíram no golpe quando já fizeram o pagamento.

“Depois de hackear as contas e aplicar os golpes, os estelionatários desaparecem deixando as vítimas no prejuízo”, alerta Ângelo Ramalho. 

Os criminosos usam sempre uma “isca” para conseguir os dados. Pode ser a oferta de um jantar, uma viagem, um desconto. Eles normalmente pedem os dados da vítima em links falsos enviados por mensagem de SMS para garantir o “brinde”. Quando a pessoa acessa, os bandidos conseguem resetar a senha da pessoa imepdindo que ela acesse seus aplicativos. 

 “Quando a vítima clica no link falso, fornece o código para recuperação e mudança de senha dos aplicativos para o criminoso”, explica  o delegado. 

Outra estratégia para  invadir as redes sociais é quando o criminoso consegue habilitar o celular da vítima para um chip de recuperação habilitado para outro celular que será usado para aplicação dos golpes.  

Isca de golpistas são mensagens que oferecem brindes (Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

Isca de golpistas são mensagens que oferecem brindes (Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

“Com o celular da vítima habilitado, o criminoso solicita a mudança de senha do IG, perfil usado no instagram, para o número que ele cadastrou e que será usado para aplicar os golpes, passando-se pelo dono da conta”, alerta Ramalho. 

A pena para o crime de estelionato digital aumentou desde 2021, passando de 1 a 5 anos para 4 a 8 anos e reclusão. Mas a polícia admite que ainda não é fácil colocar os criminos atrás das grades. 

Desde 2018, os crimes cibernéticos já totalizam 203 mil casos. "É preciso que as pessos se eduquem digitamente para se protegerem contra os golpes pela internet", orienta o delegado. 

Dicas 

Alguns cuidados podem ajudar a evitar os golpes praticados pelos estelionatários. Veja algumas dicas da polícia:

  • Não clicar em  anúncios e mensagens recebidas por links via SMS oferecendo “brindes”
  • Usar aplicativos de segurança que usam
  • para aumentar a segurança da conta, como google
  • ou Duo Mobile, ambos para para android ou iphone. 
  • Não usar o número do celular como senha nesses aplicativos de segurança para dificultar a ação dos estelionatários.
  • Manter o antivírus e o sistema operacional do aparelho atualizado
  • Comprar em sites seguros
  • Evitar cadastros em sites que pedem informações pessoais  

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