De olho no relógio para escapar do "nó" do trânsito na capital

Alberto Sena - Hoje em Dia
Publicado em 22/04/2013 às 06:51.Atualizado em 21/11/2021 às 03:00.
 (Renato Cobucci/Hoje em Dia)
(Renato Cobucci/Hoje em Dia)

Em dez anos (entre 2001 e 2011), a frota de Belo Horizonte cresceu em proporção superior à população. Enquanto o número de habitantes subiu 6%, o de carros, motos, caminhões e ônibus deu um salto de 103,64%. Passou de 706.480 veículos, em 2001, para exatos 1.438.723 em 2011, segundo o site do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). Hoje, são mais de 1,5 milhão nas ruas. Resultado: as pessoas precisam sair de casa cada vez mais cedo para fugir dos congestionamentos.

A advogada Fernanda Teixeira de Faria, de 35 anos, mora no bairro Enseada das Garças, na Pampulha, há três anos. No primeiro ano, ela saía de casa às 6h15 para levar a filha ao colégio Dom Silvério, na rua Lavras, no bairro São Pedro (zona Sul). Vinte e cinco minutos depois, às 6h40, deixava a menina na porta do colégio.
No ano passado, a advogada teve que recuar a saída de casa para as 6h10. Agora, Fernanda se antecipa em mais cinco minutos e, mesmo assim, chega ao colégio em cima da hora. “Para nós, um minuto faz a diferença”, disse ela.

Transporte

Para o estudante de economia Pedro Oliveira, de 26 anos, chegar à UFMG às 7h15 não é problema. Ele toma o ônibus da linha 5102 às 6h30, no bairro Santo Antônio (zona Sul), e segue sem grandes percalços até a universidade, na Pampulha – embora a outra pista da avenida Carlos Luz, no sentido Centro, se apresente engarrafada pela manhã.

Porém, a volta é “infernal”. Após o meio-dia, o trânsito fica complicado em ambas as pistas.

A concentração de veículos com destino ao Centro (ou que cortam essa região) levou a BHTrans a identificar seis pontos críticos na avenida do Contorno, todos confluentes com importantes avenidas da cidade.

São eles: Nossa Senhora do Carmo, Raja Gabaglia, Amazonas, Teresa Cristina, Antônio Carlos (nos viadutos da Lagoinha) e Afonso Pena. Para o diretor de operações da BHTrans, Edson Amorim, o desafio é dominar esses “nós” viários. “Trânsito não se resolve, controla-se”, afirma.

O controle mostra-se urgente. A equipe do Hoje em Dia acompanhou o tráfego em pontos considerados “intransponíveis” em horários de pico. Seja na avenida Cristiano Machado, próximo ao Minas Shopping, na Praça Raul Soares, no Centro, ou na Praça Raul Soares, o anda e para é inevitável a partir das 6h30, persistindo até as 9h30.

Inchaço

Com um transporte público deficitário, as ruas tendem a ficar ainda mais abarrotadas de carros. Isenções fiscais concedidas pelo governo federal tornam os automóveis ainda mais atraentes para o cidadão que quer passar longe de ônibus superlotados e desconfortáveis. Porém, a cada dia, mil veículos (novos e usados) são emplacados na capital, segundo o Detran. Há hoje na cidade quase 200 mil motos.

De bicicleta

O trânsito de Belo Horizonte, nos horários de pico, segue a 15 km/h, em média, velocidade facilmente superada de bicicleta. Em determinados pontos com os congestionamentos, melhor opção é usar a “magrela” ou ir a pé, para ganhar tempo, como é o caso do empresário Alcides Silva Vida.

Se ele deixasse para sair de casa de carro, na Vila da Serra, em Nova Lima (RMBH), às 7h, encontraria congestionamentos pela frente na capital. Previdente, ele sai de casa às 5h45 e vai ao Centro com o trânsito livre.

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