As operações nas minas Gongo Soco, em Barão de Cocais (Região Central), e Serra Azul, em Itatiaiuçu (Grande BH), foram temporariamente suspensas nesta sexta-feira (8), depois que a Defesa Civil de Minas detectou o risco de rompimento das duas barragens, que pertencem à Vale e à ArcelorMittal, respectivamente.
Conforme o tenente-coronel Flávio Godinho, coordenador do órgão, as duas barragens de rejeitos das minas apresentam níveis 2 no risco de rompimento, sendo que o nível 3 significa colapso da estrutura. "As operações nas duas minas estão temporariamente suspensas e só retomarão as atividades após as empresas Vale e ArcelorMittal apresentarem os laudos comprovando a estabilidade das barragens", declarou.
Recentemente, o rompimento da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, na Grande BH, deixou 157 mortos e 182 desaparecidos. Ela era de alteamento à montante, assim como as duas que estão correndo o risco de entrar em colapso. Barragem à montante é o método mais barato e com menor grau de segurança, feita a partir de degraus construídos com o próprio rejeito, e erguidos sobre a estrutura inicial.
Devido ao risco, comunidades das duas cidades mineiras foram evacuadas durante a madrugada. Ao todo, conforme a Defesa Civil, 560 pessoas foram retiradas de suas casas. Em Barão de Cocais, os moradores de Socorro, Tabuleiro e Piteiras foram levados para o ginásio poliesportivo do município. Já os habitantes do povoado de Pinheiros, em Itatiaiuçu, foram transferidos para acomodações temporárias
A evacuação, conforme o Estado, foi decidida junto com a Agência Nacional de Mineração como medida preventiva para evitar novas tragédias como as ocorridas em Brumadinho e Mariana, que também registrou rompimento de barragem em 2015, com 19 mortos.
Durante a madrugada, o tenente-coronel Flávio Godinho deixou Brumadinho e seguiu para avaliar a situação em Itatiaiuçu. Lá, o chefe da Defesa Civil constatou o risco de rompimento. “De madrugada, além de acionarmos a sirene, batemos de casa em casa para a evacuação. Constatamos o nível 2 de segurança e, para preservar a vida dos mineiros, o Governo do Estado optou em agir preventivamente”, afirmou.
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