(Maurício Vieira / Hoje em Dia)
A defesa de Anderson Cândido de Melo, de 48 anos, morto por um delegado da Polícia Civil após uma discussão de trânsito na avenida do Contorno, no Centro de Belo Horizonte, na última terça-feira (26), vai exigir a reconstituição dos fatos que acarretaram na morte do motorista de caminhão reboque.
De acordo com o o advogado Raphael Nobre, a defesa quer revisão das provas, como se havia outro agente com ele, como foi colocado no Boletim de Ocorrência, e se a cena do crime não foi adulterada.
O defensor afirmou ainda que, nesta quinta-feira (28), após o sepultamento da vítima, vai pegar na corregedoria da Polícia Civil a oitiva feita com o delegado e os laudos periciais para apresentar ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), e pedir a prisão preventiva do agente público. “É um absurdo que ele tenha sido solto. Uma pessoa suspeita de cometer um crime à luz do dia, no Centro de BH”, disse.
Além dessas medidas, o advogado, que representa a família do motorista, vai entrar com uma ação cível contra o Estado pedindo pensão para a esposa e filhas de Anderson. “A renda da família era dele. A Maria Regina é dona de casa, uma filha acabou de completar 18 anos e a outra é menor de idade. Nós também vamos pedir uma indenização”, finalizou o advogado da família.
Homenagem
Nesta quinta-feira familiares e amigos de Anderson farão uma homenagem ao motorista de caminhão de reboque na entrada de Igarapé, na Região Metropolitana. O corpo dele foi velado desde às 22h de quarta-feira (27), em uma igreja evangélica no bairro Santa Terezinha, na região da Pampulha.
Investigação
Em nota, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou que o policial civil se apresentou de forma espontânea na delegacia mais próxima, onde a arma de fogo dele foi recolhida, e que a Corregedoria Geral da Polícia Civil (CGPC) assumiu o caso e está adotando as medidas legais cabíveis.
Discussão de trânsito
(Maurício Vieira / Hoje em Dia)
Conforme informações do Boletim de Ocorrência, o delegado disse que atirou contra o motorista após ter sido fechado pelo caminhão.
O policial teria atravessado a viatura na frente do reboque da vítima e efetuou um único disparo, que atingiu o pescoço do homem.
A vítima chegou a ser socorrida no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII dentro de uma viatura da Denarc, onde passou por um procedimento cirúrgico. Mas não resistiu e morreu.
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