O delegado Rafael de Souza Horácio, acusado de matar o motorista de reboque Anderson Cândido de Melo, que deveria ter sido ouvido nesta quinta-feira (10), só será interrogado após a reconstituição da cena do crime. A promotora responsável pelo caso criticou o adiamento.
O segundo dia da sessão de instrução ocorreu nesta quinta com os depoimentos de cinco testemunhas de defesa. Nessa quarta-feira (9), primeiro dia de audiência, oito testemunhas de acusação foram ouvidas e apenas uma de defesa.
A previsão inicial era de que Rafael desse sua versão nesta quinta, mas o depoimento foi adiado durante a sessão, a pedido da defesa, para que ele seja interrogado apenas após as forças policiais e de investigação recriarem as circunstâncias do crime. A reconstituição está marcada para 29 de novembro. O horário, porém, está sendo mantido em sigilo, já que será realizado no Centro de BH.
O adiamento foi criticado pela promotora do caso, Ana Claudia Lopes. "O Ministério Público não concordou com a decisão de adiar o interrogatório do réu. Hoje (esta quinta) era o momento de encerrar, definitivamente, a audiência de instrução. Por isso não concordamos com o adiamento".
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) pretende ainda a "pronúncia do réu pela denúncia de homicídio qualificado", segundo a promotora.
O caso
A briga de trânsito que resultou na morte do motorista de reboque ocorreu na avenida do Contorno, uma das mais movimentadas da capital, em 26 de julho deste ano. O delegado chegou a se apresentar espontaneamente na delegacia, mas foi preso apenas quatro dias depois.
O resultado da perícia do Instituto de Criminalística da Polícia Civil comprovou que Anderson Cândido Melo não acelerou o veículo em direção a Rafael Horácio, antes de receber o tiro fatal.
O laudo divulgado contestou a versão do policial, que declarou, em depoimento, que Anderson teria "jogado" o caminhão contra ele e que teria atirado em legítima defesa.
Rafael Horácio está preso desde 30 de julho, depois de ter sido indiciado por homicídio qualificado pela Corregedoria-Geral da Polícia Civil. Ele teve três pedidos de habeas corpus negados.
Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), a decisão de manter a prisão do policial se deu porque "o crime de homicídio é causador de temeridade no seio da sociedade, não podendo o Poder Judiciário fechar os olhos a esta realidade".
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