
Ao contrário do que prevê o decreto, a desapropriação do Iate Tênis Clube, na orla da Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte, será parcial. Apenas o "puxadinho", construído de forma irregular e alterando as características originais da construção de Oscar Niemeyer, interessam ao município, segundo o prefeito Márcio Lacerda. O anexo receberá obras de readequação, que devem custar R$ 8 milhões aos cofres públicos, caso não haja um acordo entre a diretoria do estabelecimento e o município.
"Não é necessário desapropriar todo o prédio, se for necessário fazê-lo (a desapropriação). Basta desapropriar a área do projeto de Niemeyer que foi desfigurado, alterado de forma irregular. O governo se propôs a investir lá R$ 8 milhões para essas obras", detalhou o prefeito Marcio Lacerda, durante inauguração da Unidade Municipal de Educação Infantil (Umei) Jardim Vitória, na região Nordeste da capital, na manhã desta terça-feira (16).
O objetivo, segundo Lacerda, é que o decreto, que prevê a desapropriação, possibilite a retomada de uma negociação amistosa com a diretoria do clube. O documento foi publicado nesta terça-feira, no Diário Oficial do Município (DOM).
"A prefeitura está tentando uma negociação com a diretoria do Iate já faz um tempo. E inclusive o governo se propôs a fazer as obras. Eu acho que agora nós teremos um prazo maior para negociar com a diretoria e quem sabe o decreto possa ser cancelado. No final, o bom senso deve prevalecer", afirmou o prefeito.
As obras no Iate fazem parte de uma série de adequações que estão sendo feitas pela prefeitura nos equipamentos do entorno da lagoa. O Conjunto Arquitetônico da Pampulha concorre ao título de Patrimônio Cultural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). O resultado da candidatura está previsto para junho.