Desestímulo no setor privado aquece disputa nos concursos

Hoje em Dia
10/05/2013 às 18:45.
Atualizado em 21/11/2021 às 03:35

Apesar dos recentes solavancos da economia, como o risco de inflação, não se pode negar que a oferta de emprego no setor privado nunca esteve tão farta. De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o nível de desemprego no Brasil foi de 12% em 2012. Mas, mesmo assim, muitos profissionais estão insatisfeitos com as condições de trabalho, como aponta estudo divulgado pela consultoria Page Personnel.

De acordo com o levantamento, baixos salários e falta de planos de carreira têm deixado profissionais de bico virado. Segundo a pesquisa, muitos executivos e profissionais com grande qualificação não estão contentes com seus postos de trabalho.

Ao menos 51,1% dos entrevistados estão insatisfeitos com seus vencimentos. Os demais (48,9%) reclamam por não haver planos de carreira em suas empresas. Por isso, muitos deles vão aquecer a disputa por cargos públicos via concursos. Todos querem mais benefícios.

As possibilidades de cargas horárias menores, benefícios e gratificações têm feito com que muitos profissionais afrouxem as gravatas para se dedicar a concursos que possam garantir vencimentos semelhantes ao de um executivo de uma grande empresa, mas de maneira mais rápida.

Essa é a aposta de Felipe Lima. Formando em Ciência da Computação, ele recusou convites de empresas de médio porte para se dedicar a um concurso público. “Recebi ofertas que são satisfatórias em um curto prazo, mas sei que são salários que, amanhã, serão insuficientes. Além disso, não vejo tantas vantagens como em cargo público. Vou aproveitar o embalo da faculdade e partir para o concurso”, afirma Lima.

No entanto, segundo a consultora de Gestão de Pessoas e Recursos Humanos Bárbara Faria, o candidato deve ter em mente que, no setor público, as progressões nas carreiras também podem demorar. “No setor privado, o grande desestímulo vem da dificuldade de progressão, enquanto que, na área pública, em muitas casos ela inexiste, mas os benefícios compensam. E quando há formas de se avançar na carreira, muitas vezes isso está vinculado à aprovação em concurso, daí o concursando já sabe até onde pode chegar no emprego público”, diz.

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