Desvio na postura pode indicar escoliose

Sara Lira - Hoje em Dia
18/04/2015 às 08:24.
Atualizado em 16/11/2021 às 23:41
 (Wesley Rodrigues / Hoje em Dia)

(Wesley Rodrigues / Hoje em Dia)

Mais comum de surgir no início da adolescência, a escoliose idiopática atinge, atualmente, 2,5% da população brasileira. Como quase toda doença, as chances de um tratamento mais eficaz são maiores quando descoberta na fase inicial. O tema é um dos assuntos a serem discutidos na 15ª edição do Congresso Brasileiro de Coluna, que começa neste domingo (19) em Belo Horizonte e vai até terça-feira.   O pontapé inicial do evento foi dado com uma atividade em uma escola pública da capital. Ortopedistas, ao longo do dia, avaliaram cerca de 500 alunos, de 10 a 14 anos, para identificar sintomas iniciais da escoliose idiopática. “Se detectada precocemente, diminuem as deformidades e a necessidade de cirurgia”, explica o ortopedista, presidente do congresso e membro da Sociedade Brasileira de Coluna, Cristiano Menezes.   Diferentemente da escoliose postural, normalmente causada pelo carregamento peso em excesso ou a má postura, a idiopática não tem causas definidas, mas sabe-se que é mais comum em pré-adolescentes e adolescentes, na faixa dos 9 aos 13 anos, e em meninas. “A escoliose idiopática é um desvio tridimensional da coluna vertebral. É como se ela fosse se contorcendo aos poucos”, explica Menezes.   Durante a avaliação na escola, os alunos diagnosticados com desvios foram encaminhados para acompanhamento no serviço público de saúde.   TRATAMENTO   Para o paciente diagnosticado na fase inicial da doença, a indicação é o uso de colete ortopédico. “O colete pode evitar a progressão em até 93%”, destaca o ortopedista. Em casos também precoces, mas ainda não tão graves, é necessário passar por cirurgia para alinhar a coluna.    A funcionária pública Gabriela Claudiano, de 27 anos, foi diagnosticada com o desvio aos 13 anos. Quatro meses depois, estava na mesa de cirurgia para colocação de uma haste na coluna vertebral. “Minha mãe percebeu que eu estava um pouco torta e me levou ao médico. Após os exames, ele detectou o problema”, lembra.    Segundo ela, o pós-operatório foi dolorido, e a mobilidade reduzida. Após a primeira semana, a jovem começou a usar o colete ortopédico por um período de cinco meses.    Atualmente, Gabriela leva uma vida sem sequelas. Depois da cirurgia, participou de um grupo de dança por 11 anos e há três engravidou pela primeira vez. “Quando fiquei grávida, a coluna era uma preocupação, mas não tive nenhum problema. Vez ou outra, sinto um pouco de dor, mas minha vida é normal”, conta.

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