Devoção e saudade marcam Dia de Finados nos cemitérios de Belo Horizonte; veja fotos

Mariana Durães
mduraes@hojeemdia.com.br
03/11/2018 às 06:00.
Atualizado em 28/10/2021 às 01:35
 (Flávio Tavares)

(Flávio Tavares)

Todos os anos, no Dia de Finados, os irmãos José Matias Gomes, de 75 anos, e Erci Francisca Vaz Monteiro, 80, vão juntos ao Cemitério do Bonfim, no bairro de mesmo nome, Noroeste da capital, para visitar o túmulo de entes queridos. Nesse 2 de novembro, tiraram uma foto ao lado da lápide, enfeitada com flores, para compartilhar com demais parentes pelas redes sociais.

“Como somos muitos irmãos e alguns não moram na cidade, decidimos mostrar como minha irmã mais velha cuida bem daqui, onde estão minha mãe e meu pai, avô, irmãos, cunhado e madrasta”, relatou José Matias.

Mesmo sob sol forte, eles e milhares de pessoas visitaram a necrópole na manhã de Finados. Em grupos ou sozinhos, mas sempre carregando flores e rezando para os que partiram. A expectativa era a de que 100 mil pessoas visitassem os espaços. A programação nos cemitérios municipais contou com missas durante todo o dia, além de serviços de acolhimento aos visitantes. 

Funcionários da prefeitura estiveram presentes para informações sobre a transferência de titularidade dos jazigos, alteração de dados cadastrais e quitação de débitos. Além disso, todas as necrópoles contaram com reforço de equipes da Guarda Municipal, Polícia Militar e BHTrans.Flávio Tavares

Os irmãos José Matias e Erci prestaram homenagem a parentes no Cemitério do Bonfim

Incomum

A percepção da letrista Rosângela Assunção Malta, de 58 anos, que trabalha no Bonfim há 32, é de que o movimento nesse feriado foi menor que o normal. Ela credita ao fato de muitas pessoas terem ido ao local no dia 1º e aproveitado a sexta-feira para viajar. 

Para ela, outra característica que chama a atenção é que “novas gerações vêm muito menos ao cemitério”, disse. “É uma profissão que amo e faço com muito carinho. Aprendi ajudando meu pai e nunca mais saí daqui, até perdi a noção de quantos túmulos gravei. Ensinei para outros parentes também”, lembrou, enquanto lapidava uma pedra.Flávio Tavares

Rosângela Malta grava lápides no Bonfim desde os 26 anos: “Faço com muito carinho”

Confusão

A manhã de Finados foi marcada, também, por um princípio de confusão. Conforme testemunhas, guardas municipais teriam entrado em atrito com crianças e adolescentes que estavam no local como “garrafeiros” (informais que se oferecem para lavar os túmulos). De acordo com relatos, teriam havido chutes e spray de pimenta.

O Comando da Guarda Municipal de Belo Horizonte (GMBH) informou, por nota, dispor de corregedoria e ouvidoria, para onde devem ser encaminhadas denúncias. Também destacou que “todo o seu efetivo é instruído a agir pautado pelo respeito ao cidadão, sendo o uso progressivo da força uma medida adotada apenas em situações em que esta seja necessária para garantir a segurança da população e a manutenção da ordem pública”.

(Colaborou Paula Machado)

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