Levantamento da Polícia Civil

Dezessete crianças e adolescentes são vítimas de abuso e importunação sexual todos os dias em Minas

Raquel Gontijo
raquel.maria@hojeemdia.com.br
18/05/2022 às 17:40.
Atualizado em 18/05/2022 às 18:18

Dezessete crianças e adolescentes foram abusadas por dia em Minas em 2021. Segundo levantamento da Polícia Civil, 6,2 mil menores foram vítimas no ano passado. Em 2022, de janeiro a abril, já foram mais de 1,5 mil casos.

O levantamento foi divulgado nesta quarta-feira (18), Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes.

As adolescentes de 12 a 17 anos são as principais vítimas, de acordo com a polícia. De 2019 a 2021, foram 12.694 abusos. O número corresponde a 53% de todos os casos notificados no Estado, incluido outras faixas etárias e vítimas masculinas.

As meninas de até 11 anos representaram 32% dos casos registrados em Minas nos últimos três anos, com 7.822 ocorrências.

Nesse mesmo período, foram 2.043 abusos contra menores do sexo masculino de até 11 anos e 1.170 contra adolescentes de 12 a 17 anos.

Conforme o relatório da Polícia Civil, as cidades com mais registros foram Belo Horizonte, com 2,5 mil casos, Contagem (859) e Uberlândia (596).

Estupro
A natureza do crime também foi apontada no levantamento da PC. Em 42,91% dos casos foi praticado o crime de estupro de vulnerável. Infrações contra dignidade sexual e familia corresponderam a 27,21%; importunação sexual chegou a 9,92%; e a importunação ofensiva ao pudor correspondeu a 3,52% dos casos.

Com a divulgação dos dados, o objetivo da Polícia Civil é dar visibilidade ao tema, de forma a provocar o debate, combater e punir criminosos que praticam violência sexual contra crianças e adolescentes.

Para denunciar violações aos direitos dos menores, em qualquer localidade do Brasil, basta usar o Disque 100.

O Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes foi criado em 2000. A escolha se deve ao assassinato de Araceli, uma menina de oito anos que foi drogada, estuprada e morta por jovens de classe média alta, em 18 de maio de 1973, em Vitória (ES). Esse crime, apesar da natureza hedionda, permanece impune até hoje.

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