Perigo

Dois meses após barranco ceder na av. Antônio Carlos, moradores temem novo deslizamento de pedras

Marina Proton
mproton@hojeemdia.com.br
03/03/2022 às 06:00.
Atualizado em 03/03/2022 às 08:27
 (Fernando Michel/Hoje em Dia)

(Fernando Michel/Hoje em Dia)

Medo e perigo andam à espreita de motoristas que passam pela avenida Antônio Carlos, no bairro Aparecida, região Nordeste de Belo Horizonte. Dois meses após um barranco ceder, com o desprendimento de pedras, o risco de novos desmoronamentos segue no local. Moradores de um prédio vizinho também estão apreensivos.

Vistorias e medidas paliativas emergenciais foram adotadas, com sinalização e fechamento de umas das faixas da via. No entanto, não há prazo para a solução definitiva, que pode demorar meses. Até lá, o monitoramento precisa ser redobrado, destaca o ex-presidente do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia (Ibape), Clemenceau Chiabi Jr. 

“Se já houve um deslizamento, é claro que existe risco de novos eventos. A última chuva mais relevante, normalmente, é em março. Então, se esse estudo estiver pronto, poderiam começar em abril, já que essa janela é curta e seria preciso ficar pronto até setembro”, disse o engenheiro. 

Os trabalhos no lote vago só deverão ser realizados no período de estiagem, conforme a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap). 

Nos últimos dias, a chuva deu uma trégua em BH, mas tempestades ainda podem ocorrer até o fim de março. Fevereiro de 2022, por exemplo, foi o segundo mês mais chuvoso dos últimos dez anos, com mais de 506 milímetros em 28 dias. 

Clemenceau Chiabi reforça que a temporada de chuva é um complicador. “Tivemos chuvas constantes e não deu tempo do solo secar. E a terra encharcada pesa mais que a terra seca. Então, tem um peso maior para segurar. E o pior: a água ajuda a lubrificar o grão da terra, que fica mais propenso ao deslizamento, já que diminui o atrito”. Segundo ele, lonas precisam ser recolocadas para evitar que a água atinja o solo. 

No barranco, uma lona chegou a ser colocada pela PBH. No entanto, nesta quarta-feira, foi possível observar a proteção danificada. De acordo com a Sudecap, o problema ocorreu devido à exposição ao clima. “Na ocasião de previsão de chuva, ela será colocada novamente”, informou o órgão. 

 (Fernando Michel)

(Fernando Michel)

Perigo

O barranco que desabou também atingiu a área privativa de um prédio. Moradora do residencial, Margarida Morais Maia, de 68 anos, vive dias de apreensão, mesmo após vistoria feita no imóvel. 

“Permanecemos aqui porque ninguém pediu pra gente sair. A Defesa Civil disse que não tem perigo, mas temos medo ainda. Agora estamos esperando a estiagem, já que avisaram que quando a chuva parar, eles vão arrumar”, contou Margarida, que mora no 4º andar do prédio há mais de 20 anos.

Segundo a prefeitura de BH, o local está sendo monitorado diariamente. Duas linhas de barreiras new jersey (muretas de concreto) foram colocadas na via paralela.

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