Dupla é presa acusada de usar nome de ex-ídolo do São Paulo para aplicar golpes em Minas

Thais Oliveira - Hoje em Dia
27/10/2014 às 17:16.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:48

Dois homens foram presos em flagrante acusados de estelionato, no bairro Jaqueline, região Norte de Belo Horizonte, na última sexta-feira (24). A dupla é suspeita de usar o nome do ex-jogador Ronaldo Luiz para firmar contratos em empresas da capital e de Juiz de Fora, na Zona da Mata do Estado. As informações foram divulgadas, nesta segunda-feira (27), pelo delegado Jonas Andrade Pavan, da 3ª Delegacia de Polícia Civil Barreiro.   Conforme Pavan, na quinta-feira (23), duas pessoas fizeram a locação de mesas e cadeiras em um bufê de Belo Horizonte. Como o nome do contratante foi consultado nos órgãos de proteção ao crédito e nenhum problema foi verificado, a locação foi realizada. No dia seguinte, na sexta-feira (24), os indivíduos entraram em contato novamente para alugar a mesma quantidade de mesas e cadeiras. “A vítima suspeitou dos sujeitos porque não é comum fazer a locação fracionada. A proprietária do bufê pesquisou o nome do contratante e constatou ser de um ex-jogador de futebol famoso”, explicou o delegado.   Desconfiada, a dona do bufê procurou a polícia e registrou um boletim de ocorrência. A Polícia Civil, então, orientou à vítima a acioná-la caso os suspeitos entrassem em contato novamente. “Quando chegaram para buscar o material, nós abordamos os dois homens, que eram, na verdade, o carreteiro e o 'chapa'. A polícia resolveu acompanhar a entrega do matrial e, quando chegou ao local, se deparou com dois sujeitos”, disse Pavan. No veículo dos suspeitos, a PC encontrou ainda outros documentos e contratos de "origem duvidosa", conforme disse o delegado, sendo um deles firmado em Juiz de Fora.   Os dois homens que aguardavam a carga se apresentaram como Flávio Souza Siqueira, de 26 anos, e Daniel Coura Pereira, de 33 anos. A Polícia Civil (PC), porém, desconfia da veracidade das identidades apresentadas e pediu o exame das impressões digitais dos suspeitos. O resultado deverá sair ainda nesta semana. Conforme a PC, na fixa policial de Flávio, existem várias passagens por estelionato e formação de quadrilha. Já Daniel foi preso e cumpriu pena por tráfico de drogas.   Em depoimento, os suspeitos negaram ter envolvimento no crime. “O Flávio foi irônico o tempo todo. Contou uma história de que conheceu um senhor em um bar e comprou as mesas. Ele alegou ter pagado R$ 1.500 à vista. Mas não acreditamos nessa história porque ninguém contrataria um cara num bar e marcaria de encontrá-lo num lugar ermo como aquele onde o prendemos. Além disso, a vítima foi categórica ao reconhecê-lo como um dos homens que buscou o material na quinta-feira”, afirmou Pavan.    Daniel afirmou à polícia que tinha pegado uma carona com Flávio. “Mas essa história também é mentirosa porque os caras que buscaram as mesas e as cadeiras asseguraram que haviam sido contratados pelo Flávio e pelo Daniel”, destacou o delegado.    A participação do carreteiro e do 'chapa' no crime foi descartada pela polícia.   A dupla presa foi levada para o Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) Gameleira, na região Oeste de Belo Horizonte.   A polícia ainda investiga a participação de um homem de aparência idosa, que foi, juntamente com Flávio, buscar o material no bufê na quinta-feira. A suspeita é que esse senhor seja o líder do bando. Uma mulher também pode integrar o esquema, já que o primeiro contato com o bufê foi feito por telefone por uma pessoa com voz feminina.   Se comprovada a participação de outras pessoas no golpe, além de estelionato, os suspeitos serão indiciados por formação de quadrilha.      Ex-jogador de futebol foi vítima    O ex-jogador de futebol Ronaldo Luiz não sabe como os seus dados foram parar nas mãos dos criminosos. De acordo com ele, além dos dados de sua documentação, como filiação, CPF e RG, os bandidos usaram o seu endereço completo e tinham o seu telefone fixo.    “É lamentável esse fato e eu sou mais vítima desses indivíduos. Peço a Deus que a Justiça seja feita e que o meu nome não seja mais usado por eles”, afirmou Ronaldo Luiz.   A Polícia Civil suspeita que os criminosos tenham conseguido informações sobre o ex-jogador entre 2007 e 2011, período em que ele foi assalto por três vezes.   Ronaldo Luiz foi lateral-esquerdo, conhecido pela força defensiva, e virou ídolo da torcida do São Paulo, nos anos 1992 e 1993. Ele participou da conquista do bicampeonato mundial pelo Tricolor Paulista. O ex-jogador também passou pelo Cruzeiro e pelo América. 

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