Dupla nacionalidade do novo papa pode indicar amplo compromisso com justiça social, diz Dom Walmor
Robert Francis Prevost, nasceu nos Estados Unidos e morou por muito anos no Peru, onde atuou

O arcebispo de Belo Horizonte, em Minas Gerais, Dom Walmor, classificou como “motivo de muita esperança “ a escolha de Leão XIV como novo papa nesta quinta-feira (8). O americano Robert Francis Prevost, nome de batismo do novo pontífice, foi a 267º escolha para o cargo de líder da Igreja Apostólica Romana.
“A expectativa é sempre muito esperançosa, porque Deus dá à Igreja os pastores que ela precisa. Tenho certeza que o Espírito Santo inspirou o Colégio Cardinalista para esta escolha. Portanto, recebemos a notícia jubilosos e com muita esperança.”
Para Dom Walmor, a escolha do nome Leão XIV pode mostrar o caminho que o novo papa seguirá durante o período em que estiver à frente da igreja.
“A escolha do nome certamente aponta para compromissos muito importantes do novo Papa, sobretudo no horizonte social, cultural e evangelizador”.
Apesar de ter nascido nos Estados Unidos, o novo papa já atuou por muitos anos na América do Sul, principalmente no Peru, onde ele chegou a conseguir dupla nacionalidade. E essa experiência em conhecer a realidade de outros países pode ser fundamental durante o papado, segundo Dom Walmor.
“Isso indica caminhos muito promissores para ajudar o mundo a se abrir ao amor de Deus, ao diálogo, a uma política internacional que leva em conta o bem de todos, a importância do acolhimento aos migrantes, a importância da justiça social, do meio ambiente e cuidado com a casa comum”.
Trajetória de Robert Prevost
Robert Francis Prevost nasceu em 14 de setembro de 1955 em Chicago, no estado norte-americano de Illinois. Ele é filho de Louis Marius Prevost, de ascendência francesa e italiana, e de Mildred Martínez, de ascendência espanhola, e tem dois irmãos, Louis Martín e John Joseph.
Em 1977,Prevost ingressou no noviciado da Ordem de Santo Agostinho, na província de Nossa Senhora do Bom Conselho, em Saint Louis. Fez sua primeira profissão em 2 de setembro de 1978 e, em 29 de agosto de 1981, emitiu seus votos solenes.
Estudou na Catholic Theological Union, em Chicago, onde se formou em teologia. Aos 27 anos, foi enviado por seus superiores a Roma para estudar direito canônico na Pontifícia Universidade de Santo Tomás de Aquino. Recebeu sua ordenação sacerdotal em 19 de junho de 1982.
Prevost obteve sua licenciatura em 1984 e, no ano seguinte, foi enviado para trabalhar em missão na cidade de Chulucanas, em Piura, Peru, de 1985 a 1986. Em 1987, concluiu seu doutorado com a tese “O papel do prior local na Ordem de Santo Agostinho”. No mesmo ano, foi eleito diretor de vocações e diretor das missões da província agostiniana Mãe do Bom Conselho de Olympia Fields, Illinois.
Em 1988, foi enviado em missão à Trujillo, também no Peru, como diretor do projeto de formação conjunta para aspirantes agostinianos nos vicariatos de Chulucanas, Iquitos e Apurímac. Lá, atuou como prior da comunidade (1988-1992), diretor de formação (1988-1998) e professor dos que professam (1992-1998).
Também na arquidiocese de Trujillo, foi vigário judicial (1989-1998) e professor de direito canônico, patrístico e moral no Seminário Maior San Carlos e San Marcelo.
Em 1999, foi eleito prior provincial da Província Agostiniana “Mãe do Bom Conselho” de Chicago, e dois anos e meio depois, no Capítulo Geral Ordinário da Ordem de Santo Agostinho, seus coirmãos o escolheram como prior geral, confirmando-o em 2007 para um segundo mandato.