Polícia investiga caso

Empresa de elevadores é acusada de dar calote de R$ 72 mil em moradores de prédio em BH

Raíssa Oliveira
raoliveira@hojeemdia.com.br
22/04/2023 às 11:04.
Atualizado em 22/04/2023 às 12:52
 (Arquivo Pessoal)

(Arquivo Pessoal)

Moradores de um prédio no bairro Manacás, na região da Pampulha, em Belo Horizonte, acusam uma empresa de fabricação de elevadores de dar calote de R$ 72 mil por não entregar o produto já pago.

Além do prejuízo, residentes com dificuldade de locomoção sofrem com a falta do equipamento. A fabricante nega calote e alega dificuldades financeiras. A Polícia Civil investiga o caso.

De acordo com um morador do prédio, que pediu para não ser identificado, ele e outros 26 moradores se juntaram para arrecadar o dinheiro necessário para a instalação de um elevador no edifício. Em 2021, eles fecharam contrato com uma empresa com sede no bairro Cachoeirinha, região Nordeste de BH, que assumiu a responsabilidade de instalar o equipamento em abril de 2022. 

No entanto, o produto não foi instalado e a empresa passou a ignorar as ligações dos moradores.

"Até hoje nada foi entregue, a empresa começou ignorando minhas ligações e mensagens e depois me bloqueou dos números da empresa. Abrimos um processo no juizado especial, mas eles não compareceram às duas audiências já realizadas. Temos relatos que são vários clientes lesados que alegam a mesma coisa, que compraram e não receberam o equipamento", conta o morador.

No prédio residem ainda dois moradores com dificuldade de locomoção. Um deles, que sofre de obesidade, relatou à reportagem do Hoje em Dia que passa até 7 dias sem sair de casa devido a dificuldade de subir as escadas para chegar no apartamento onde mora, no 4º andar. 

"Tô passando por muita dificuldade. Tenho um problema sério de hipertensão e problema nos joelhos. Para subir esse quatro andares é uma dificuldade muito grande e eu fico sem ar. Eu fico, muitas vezes, a semana inteira sem sair porque as condições de subir e descer escada para mim não são favoráveis. Eu estou ficando mais doente sem esse elevador", reclama. 

Sem solução para o problema, o condomínio está com a obra parada há mais de um ano. Os moradores tentam, na Justiça, uma forma de conseguir a instalação do equipamento ou de reaver o valor investido. 

Investigação

Em nota, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou que uma investigação está em andamento na Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor e disse que as vítimas já estão sendo ouvidas. O caso é tratado como crime de estelionato. 

A Polícia Civil também pede que pessoas que acreditem terem sido vítimas de da empresa procurem as autoridades.

"Considerando que o estelionato é crime de ação penal pública condicionada à representação, conforme prevê a Lei, a PCMG esclarece, caso haja outras vítimas, que elas compareçam a uma unidade policial mais próxima de sua residência para fazer o registro dos fatos e a devida representação criminal para o início das investigações", diz o comunicado.

Sócio alega 'problemas financeiros'

A reportagem tentou contato com dois sócios da empresa. O empresário Marcelo Brum disse que a empresa passa por dificuldades financeiras devido à crise causada pela pandemia da Covid-19. Ele garante que a fabricante vai cumprir com o contrato firmado com os moradores. 

"O estrutural deles está pronto. Tivemos uma dificuldade financeira, em função da restrição ocorrida durante e após a pandemia, nós tivemos um número de inadimplentes grande e isso afetou diretamente o nosso financeiro. A intenção é que a gente consiga entregar e sanar todas as dívidas, tanto com clientes como com fornecedores. Estamos dispostos a esclarecer qualquer dúvida e vamos honrar com os nossos compromissos", afirmou. 

Sobre a ausência nas audiências, Brum alega que a empresa não foi notificada. Ele ainda ressalta que, devido aos problemas financeiros, a fabricante não possui advogado de defesa. 

A reportagem também tentou contato com a outra sócia da empresa, mas não houve retorno. A matéria será atualizada tão logo a empresária se posicione sobre o caso.

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