Apesar do início do repasse do subsídio de R$ 237,5 milhões, as empresas de ônibus de BH cobram que os debates envolvendo a modernização dos contratos do transporte público sejam finalizados ainda em 2022.

Segundo o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH), Raul Lycurgo Leite, o subsídio é uma "fórmula emergencial para ampliar as viagens para a população".

"Mas a situação dos contratos continua grave. A modernização dos contratos deve ser conversada neste segundo semestre para ser concluída até dezembro, e iniciar 2023 com um novo cenário", afirmou Leite.

O presidente do Setra-BH destacou dois pontos principais do contrato que, na avaliação dele, devem ser atualizados. O primeiro está relacionado ao custeio do sistema de transporte público.

"O atual contrato coloca ônus apenas no usuário. Tem que haver uma forma de todas as pessoas auxiliarem no pagamento da tarifa porque a infraestrutura é oferecida para todos. O transporte coletivo beneficia quem usa e quem não usa. Assim sendo ele devia ser rateado por todos", afirmou.

Leite deu como exemplo as grandes metrópoles em que todos os cidadãos pagam pelo sistema de transporte. "Em Paris, 60% do valor é custeado pelo usuário indireto", disse.

O segundo ponto, segundo o presidente do Setra-BH, é a implementação de mais faixas exclusivas para ônibus na capital mineira. "Pedimos que seja implementada nas vias nos horários de pico, porque assim conseguimos fazer com que o equipamento de transporte de pessoas seja mais rápido e eficiente".

O que diz a PBH
A reportagem solicitou à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) uma fonte para falar sobre o assunto. O Executivo, no entanto, disse que iria se manifestar por nota. No documento, ressaltou ter sido instituído um grupo de trabalho para discutir a mobilidade na capital mineira.

"O grupo tem como finalidade analisar os modelos de mobilidade urbana, incluindo o transporte público coletivo por ônibus, e debater políticas públicas que garantam a melhoria dos serviços oferecidos à população".

A Prefeitura também reforçou que, no acordo do subsídio, está previsto que as concessionárias do transporte público e os entes públicos apresentem uma proposta de modernização ou repactuação do contrato "em até um ano".

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