(Eugênio Moraes)
Belo Horizonte recebeu ontem, pela 12ª vez, o Festejo do Tambor Mineiro – encontro que reúne artistas e celebra a cultura afro, sobretudo a de congado. Como acontece todos os anos, os tambores voltaram a ocupar as ruas do bairro Prado, na região Oeste da cidade.
Com roupas à caráter cheias de cor e leveza, as guardas e os grupos percussivos aproveitaram ainda para apoiar as Festas das Irmandades do Rosário. Sob céu cinza, dançaram, cantaram e fizeram muita música.
Das 10 às 20 horas apresentaram-se Sérgio Pererê, Pereira da Viola, Breaking no Asfalto, Bandarerê, Tambor de Primeira, Spasso Escola de Circo e os blocos de percussão Tambor Mineiro, Oficina Tambolelê e Saúde.
Reconhecimento
“Festas como essa simbolizam nossa resistência. Se durante muito tempo nossa cultura foi massacrada, hoje estamos aqui representando nossos antepassados, reunindo as mais diversas classes que como nós comemoram a cultura”, disse o músico, cantor e compositor Maurício Tizumba, idealizador do evento.
De Conselheiro Lafaiete vieram os integrantes da guarda Banda Dançante do Rosário de Santa Efigênia. “A minha vida é a minha guarda”, destacou a rainha conga do grupo e vice-rainha do Estado, Maria José de Paula Rocha, a Dona Zezé, de 77 anos.
Ao lado dela, o marido e rei congo, Sebastião Rocha, de 87 anos, destacou a importância de não deixar a cultura do congado morrer. “Por isso é tão importante transmitirmos conhecimento para os pequenos. Eles participam de tudo, tem seu próprio tambor, cantam, dançam, aprendem”.
Fundador da guarda de Moçambique do Divino Espírito do Reino de São Benedito, Rodrigo Sabino, de 34 anos, lembrou que ainda há muito que se fazer para se expandir a cultura afro. “A luta para conseguir manter o próprio grupo é diária, mas é necessária e não pode morrer”.