Enfermeiro receberá homenagem na Assembleia após criar aplicativo de socorro para surdos
Ferramenta idealizada por professor da Faculdade Kennedy permite que pessoas com deficiência auditiva peçam ajuda de maneira mais simples em caso de urgência
Pedir socorro numa urgência pode parecer instintivo - tanto que até crianças bem pequenas são ensinadas a ligar para telefones estratégicos em caso de assalto, acidente ou incêndio, por exemplo. Mas o que fazer quando quem precisa dar o alerta capaz de salvar uma vida simplesmente não consegue falar? Resolver essa questão foi o que levou o enfermeiro Éder Júlio Rocha de Almeida a criar o aplicativo “Socorro com as mãos”. A ferramenta permite a pessoas com deficiência auditiva chamar ajuda em caso de emergência e renderá ao idealizador uma homenagem na próxima sexta-feira (13), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
Também professor do curso de Enfermagem das Faculdades Kennedy, Éder usou o aplicativo como tema da dissertação de mestrado em "Tecnologias Aplicadas à Saúde" pela Faculdade Promove. Ele conta que a ideia partiu de um atendimento emergencial de que participou em 2020. Na época, um deficiente auditivo não conseguiu chamar ajuda para o pai, que estava passando mal e acabou morrendo.
“O filho ficou muito chateado com a situação, sabendo que poderia ter feito a diferença. Para todos que são deficientes auditivos - oralizados ou não - é difícil a comunicação para a urgência. Os atendimentos ainda são por voz. Então, se não escuta ou fala, a pessoa não tem acesso. Isso é muito sério”, destaca Éder, que receberá a congratulação da Assembleia por recomendação do deputado estadual Mauro Tramonte (Republicanos).
O aplicativo está prestes a ser lançado e aguarda apenas a aprovação de uma lei, que irá permitir o uso da plataforma para chamados de urgência em Minas. Por meio do app, pessoas com deficiência auditiva poderão solicitar socorro para a Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Samu.
De acordo com Éder, o aplicativo está em processo de negociação para ser adotado pelas prefeituras de Belo Horizonte e Vitória (ES), e o objetivo é expandir o projeto para todo o país com o apoio de parcerias públicas.
Ao entrar no aplicativo, o usuário identifica ícones visuais que representam situações como parada cardíaca, afogamento, acidente de trânsito, entre outros, para detalhar o atendimento necessário naquele momento.
Após o cadastro, o usuário escolhe o tipo de atendimento (SUS ou particular) e preenche dados básicos de saúde. O uso é validado por meio de um código fornecido pela Sociedade Brasileira de Surdos.
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