Intoxicação por Monoetilenoglicol

Erro no rótulo de propilenoglicol teria causado contaminação de petiscos e morte de cachorros

Hermano Chiodi
hcfreitas@hojeemdia.com.br
29/11/2022 às 18:26.
Atualizado em 29/11/2022 às 18:41

Erro de rotulação teria provocado a contaminação de petiscos e o envenenamento e morte de, pelo menos, sete cães em Minas Gerais. O caso segue em investigação pela Polícia Civil mineira, mas um relatório do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) apontou possíveis falhas na produção da substância que teria causado a intoxicação dos animais.

Segundo o ministério, lotes de monoetilenoglicol (substância que tem seu uso proibido na alimentação animal) apresentavam rótulos que os identificavam como propilenoglicol (substância permitida na alimentação animal). "A incorreção desta identificação levou ao uso de produto extremamente tóxico na fabricação de petiscos, em quantidades muito acima das doses que são consideradas fatais", afirmou o Mapa.

Rótulo traz "propileno glycol USP" em vez de "monoetileno glycol", segundo investigação do Ministério da Agricultura (Anvisa / Divulgação)

Rótulo traz "propileno glycol USP" em vez de "monoetileno glycol", segundo investigação do Ministério da Agricultura (Anvisa / Divulgação)

Durante as investigações, foram realizadas cerca de 120 fiscalizações em comércios, fábricas e distribuidoras. Nem todas as empresas fiscalizadas foram totalmente interditadas. O ministério interditou apenas etapas ligadas aos produtos que teriam sido contaminados com monoetilenoglicol.

A reportagem entrou em contato com o Mapa solicitando esclarecimentos sobre as empresas ligadas à falha nos rótulos de propilenoglicol, mas o órgão não respondeu, apenas disse que todas as empresas "sofreram algum tipo de sanção".

Relembre o caso
De acordo com a advogada Silvia Valamiel, que representa tutoras de animais vítimas da intoxicação, os petiscos teriam sido consumidos em 2 de agosto. Cerca de uma semana depois, dois cães morreram.

A advogada contou que, assim que os animais começaram a passar mal, foram levados a uma clínica veterinária. Durante o atendimento, diante dos sintomas apresentados, a médica suspeitou de intoxicação por substância da família do etilenoglicol.

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