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Terça-Feira,30 de Abril

Escolas de Minas receberão informações da vida e obra de Aleijadinho

Renato Fonseca - Hoje em Dia
19/11/2014 às 07:19.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:04

(Wesley Rodrigues/ Hoje em Dia )

Os olhos são amendoados, o nariz é arrebitado, e a boca, levemente carnuda. Se há bigode, os pêlos começam nas narinas, formando um cavanhaque com a barba. Já o corpo, é atlético, com clavícula e troncos salientes. Identificar uma obra legítima do homem nascido Antonio Francisco Lisboa e imortalizado Aleijadinho, não é tarefa das mais simples. O aprendizado, porém, começa a ser disseminado ainda neste ano, marcado pelo bicentenário de morte do artista.   No próximo dia 27, o Instituto Estadual Artístico e Histórico (Iepha) lança a cartilha “Aleijadinho: Antonio Francisco Lisboa”. Escolas públicas dos 853 municípios mineiros receberão o material de 21 páginas, que apresenta conceitos sobre o Barroco e informações da vida e obra do patrono das artes nacionais. Inicialmente, a publicação servirá de reforço nas aulas de história aos alunos de 5ª à 9ª séries e educadores do Ensino Fundamental.   “A pesquisa é acadêmica, mas a leitura será didática, direcionada ao público-alvo, os jovens estudantes”, explica o pesquisador Leandro Gonçalves de Rezende. Ele e a professora de história da arte Adalgisa Arantes Campos, da UFMG, especialista em Barroco, são os responsáveis pela coleta de dados e textos da cartilha, que também tem apoio do Ministério Público e da Imprensa Oficial do Estado.   Segundo Leandro Rezende, foram necessárias várias pesquisas sobre o mestre do Barroco. “A primeira biografia dele é datada de 1858. De lá para cá, farta documentação foi elaborada. O nosso filtro levou em conta a divisão do livro, que narra a história de vida, os contextos históricos e artísticos da época e a localização das principais obras”, conta.   Imagens sacras feitas pelo entalhador, escultor, marceneiro e arquiteto mineiro ilustram a cartilha. Com riqueza de detalhes, os traços esculpidos por Aleijadinho serão revelados a professores e estudantes. Em uma das páginas, o detalhe do rosto de São Simão Stock, peça em madeira da Igreja da Ordem Terceira do Carmo de Sabará, na Grande BH, mostra os padrões seguidos pelo artista.   Um trecho de documento no qual o mestre é chamado pelo apelido Aleijadinho – extraído do Livro de Registro da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo da Vila Real de Sabará, datado de agosto de 1806 – pode ser visto. Além disso, as características do Rococó, estilo adotado por Antonio Francisco Lisboa, também integram a publicação.    Bicentenário    O bicentenário da morte do mineiro, reverenciado nessa terça-feira (18), traz uma série de eventos nas principais cidades históricas por o legado do gênio do Barroco foi deixado. A vasta programação, estendida até o fim deste mês, contará com exposições, lançamento de livros, exibição de documentários, palestras, oficinas, concertos, dentre outras homenagens. A programação completa está disponível no institutoestradareal.com.br.   Na noite dessa terça-feira (18), em reunião especial de plenário, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) também prestou homenagens. Foram lançados o livro Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho: Artista síntese e uma medalha comemorativa.   EM 3D NA NET   As obras do artista também podem ser admiradas sem sair de casa. Por meio de um projeto desenvolvido pela USP, de São Carlos (SP), é possível visualizar os trabalhos do famoso escultor em 3D. Basta acessar aleijadinho3d.icmc.usp.br.    O trabalho virtual é resultado de uma pesquisa do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) de São Carlos, vinculado à USP. O site alia tecnologia e conectividade visando divulgar o patrimônio do artista mineiro.    O projeto começou em julho do ano passado quando os professores José Fernando Rodrigues Júnior e Mário Gazziro digitalizaram as obras de Aleijadinho nas cidades de Ouro Preto e Congonhas, em Minas Gerais. Foram escolhidas as que estão ao ar livre.   Medalha custa até R$ 26 mil   Oficialmente lançada, a medalha comemorativa de ouro do bicentenário de morte de Aleijadinho custa nada menos do que R$ 26 mil. A Assembleia Legislativa de Minas Gerais e a Casa da Moeda decidiram que uma das imagens da moeda será o retrato de Antonio Francisco Lisboa, pintado por Euclásio Penna Ventura, obra do acervo do Museu Mineiro.

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