Intolerância

Espaços de religiões afro-brasileiras são atacados em Esmeraldas; imagens foram quebradas

Vanda Samopaio
vsampaio@hojeemdia.com.br
01/07/2022 às 07:33.
Atualizado em 01/07/2022 às 07:42
Terreiro de umbanda teve imagens quebradas e lixo espalhado pelo local (Acervo Pessoal)

Terreiro de umbanda teve imagens quebradas e lixo espalhado pelo local (Acervo Pessoal)

A intolerância religiosa tem provocado uma onda de ataques sucessivos aos espaços das religiões afro-brasileiras, em Esmeraldas, na Região Metropolitana. Somente no mês de junho o terreiro de umbanda Fraternidade Jesus Amigo foi invadido três vezes, nos dias 11,18 e 25 de junho.

A última foi na madrugada do último sábado (25) as imagens dos orixás foram quebradas, as plantas e oferendas depredadas e lixo espalhado pelo local.  Os três ataques foram denunciados à polícia, mas ninguém foi preso.  

“O nosso sentimento é de tristeza. Nossa religião permeia nossa história e ainda assim é vista com preconceito por causa da falta de conhecimento de algumas pessoas”, relata o pai de santo Murilo Vieira.  
Para tentar desconstruir esse preconceito, as lideranças dos 12 terreiros de candomblé e de umbanda vão se reunir na principal praça de Esmeraldas,  no dia 9 de julho, para um encontro com a comunidade com cantos e rituais. 

“Queremos que as pessoas conheçam mais sobre as religiões afro-brasileiras para não ter esse olhar de preconceito, muitas vezes sútil e agressivo”, reflete.

(Terreiro de Candomblé teve paredes destruídas e imagens quebradas)

(Terreiro de Candomblé teve paredes destruídas e imagens quebradas)

 O terreiro de candomblé  Ilê Asé Odé Ayó também foi depredado em Esmeraldas. Lavínia Vasconcelos, filha do Babalorixá Joaquim de Oxóssi, relata que no dia 7 de maio imagens sagradas foram quebradas e material de construção roubado.

 “Uma semana depois, os vândalos retornaram e depredaram ainda mais o local. Uma afronta à nossa fé e aos nossos rituais”, desabafa Lavínia. Ninguém foi preso. 

De volta para casa 
Depois de um mês separada da filha porque a levou a um ritual de umbanda, Liliane Pinheiro pode finalmente voltar para casa, em  Ribeirão das Neves, na região metropolitana, com a adolescente de 14 anos, na quarta-feira (29).  A menina havia sido levada para um abrigo. 

O caso de Liliane é acompanhado pela equipe de advogados do Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras (Idafro). Hédio Silva Jr., doutor em Direito e coordenador-executivo do Idafro. 

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