Prontos para lucrar

'Esquenta' para Carnaval 2024 já aquece economia de BH

Comércio já fatura com o Carnaval, que em 2024 será apenas 40 dias após o réveillon

Raquel Gontijo
raquel.maria@hojeemdia.com.br
12/01/2024 às 08:31.
Atualizado em 12/01/2024 às 09:25
Lojas já reforçaram estoque de adereços e fantasias para atender à clientela: tem gente que foi às compras antes mesmo da virada de ano (Maurício Vieira/Hoje em Dia)

Lojas já reforçaram estoque de adereços e fantasias para atender à clientela: tem gente que foi às compras antes mesmo da virada de ano (Maurício Vieira/Hoje em Dia)

A um mês do Carnaval de Belo Horizonte, a festa já movimenta a economia na capital. Além do comércio - com a venda de acessórios, roupas e fantasias -, a rede hoteleira e os restaurantes também se preparam, com otimismo, para receber os foliões. Um dos motivos para a antecipação dos preparativos é o curtíssimo período do pré-carnaval neste ano. Do Réveillon até o início da festa de Momo serão apenas 40 dias, “espremendo” o calendário de quem fatura com a farra.

A loja Estação Carnaval, na Galeria São Vicente, na avenida Amazonas, abriu as portas em 6 de janeiro para a “temporada” 2024. Com funcionamento sazonal, o estabelecimento, em outros anos, iniciava as atividades de dois a três meses antes da folia, vendendo produtos de pequenas marcas de BH e região metropolitana. 

“Acreditamos que a expressão de vendas este ano será mais intensa, já que o período pré-carnaval vai ser menor. Devido a essa temporada curta, as pessoas já estão agilizando as compras”, diz uma das sócias e fundadora do estabelecimento, Paula Silva.

A empresária projeta um volume de vendas 15% maior em relação ao ano passado e acredita que a principal tendência será roupas, acessórios, tecidos e acabamentos metalizados ou de cor prata, uma referência à identidade visual do álbum e da turnê “Renaissance”, da cantora norte-americana Beyoncé.

(Maurício Vieira/Hoje em Dia)

(Maurício Vieira/Hoje em Dia)


Na Galeria Ouvidor, no Centro, a saída de acessórios e materiais para fantasias está “a todo vapor” na loja de Marilene Ribeiro da Silva. Ela é quem produz, há sete anos, os acessórios à venda. “A procura está grande, os clientes têm procurado muito, me surpreendeu. A expectativa é vender bem mais que no ano passado”.

A estudante Vitória Moreira de Oliveira, de 22 anos, é uma das clientes. Todos os anos vai à Galeria Ouvidor atrás de material para ela e as amigas. À reportagem do Hoje em Dia, contou que, neste ano, “demorou” para ir às compras. “Acho que tô até atrasada! Tenho amigos que vieram no (final do) ano passado”.

Comércio preparado

Na avaliação do presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de BH (CDL-BH), Marcelo de Souza e Silva, os belo-horizontinos estão cada vez mais habituados ao Carnaval na cidade e, com isso, tanto comerciantes quanto clientes antecipam as compras de fantasias e adereços.

“A tendência é que esta movimentação se intensifique ao longo das próximas semanas, especialmente com a chegada de turistas”, diz.

A Prefeitura de BH (PBH) estima que, somente no período oficial do Carnaval, entre 27 de janeiro e 18 de fevereiro, a capital movimente cerca de R$ 750 milhões, R$ 30 milhões a mais que em 2023. 

Segundo a CDL-BH, na última edição da festa, foram gerados aproximadamente 20 mil empregos diretos e indiretos. Cerca de 16 mil ambulantes foram credenciados para vender bebidas nos blocos de rua.

Turismo

Os setores de alimentação e hospedagem também já começam a ver os primeiros movimentos em torno do Carnaval de BH. Na rede hoteleira, cerca de 25% das reservas já foram feitas para o período da folia, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Minas (ABIH-MG).

No Carnaval de 2023, a ocupação ficou em 78%, e neste ano a expectativa da ABIH-MG é aumentar. A capital tem atualmente 24 mil leitos em 220 hotéis. As tarifas variam de R$ 100 a R$ 200, nos estabelecimentos mais em conta, e de R$ 300 a R$ 700 nos que têm estrelas.

Já a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) projeta alta de até 15% nas vendas.

"O Carnaval movimenta uma rede muito grande de investimento, rede hoteleira, restaurantes. Alguns blocos têm patrocínio, outros não, e a gente tira dinheiro do próprio bolso, se precisar, pra fazer isso acontecer”, diz Eulália “Amada”, coordenadora da bateria do bloco “Volta, Belchior”.

Ela lembra que os próprios ensaios já ajudam a “esquentar a economia”, devido ao aluguel de equipamentos de som, galpões – cerca de R$600 por ensaio –, venda de camisetas e copos para os foliões, além do comércio ambulante.

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