
Amigos e familiares se despedem do policial penal Euler Oliveira Pereira Rocha, de 42 anos, na manhã desta segunda-feira (4), no Cemitério Nossa Senhora da Piedade, em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O agente das forças de segurança foi morto a tiros por um detento durante uma escolta policial em um hospital da capital na madrugada de domingo (3).
Irmã do policial, Arlete Alves, afirmou estar com “muito ódio” do detento responsável pela morte do agente. Segundo ela, Euler já havia acompanhado o preso à UPA em outras oportunidades.
"É como se eu tivesse perdido o meu segundo filho. Eu sou quase 13 anos mais velha do que ele e, como minha mãe trabalhava muito, eu que cuidei. No momento, eu 'tô' com ódio desse homem. Eu queria saber o que se passou na cabeça dele, por que ele fez isso com meu irmão, porque o meu irmão já acompanhou esse preso à UPA várias vezes. Meu irmão estava ali pra proteger, fazendo o serviço dele", disse a irmã do policial penal Arlete Alves.
Presente no velório, o irmão da vítima, Fernando Alves da Silva, lamentou a morte do familiar e contou que Euler gostava da profissão, apesar dos riscos do dia a dia.
“A gente sabe que é uma profissão de risco, mas nunca esperamos por isso. Ele gostava muito do serviço, se empenhava naquilo que ele fazia, mostrava para todo mundo. (...) Era uma pessoa muito dedicada aos filhos, um irmão presente. Um filho amoroso com a mãe”
Relembre o caso
O policial penal Euler Oliveira Pereira Rocha, de 42 anos, foi morto a tiros por um detento dentro do Hospital Luxemburgo, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, durante uma tentativa de fuga do criminoso, na madrugada de domingo (3).
O detento, que estava internado e sob custódia, aproveitou um momento de distração do policial para iniciar uma luta corporal. Na confusão, ele tomou a arma do agente e efetuou dois disparos, matando-o no local. Em seguida, o assassino roubou o uniforme e os pertences da vítima, fugindo do hospital em um carro de aplicativo.
A Polícia Militar, acionada logo após o crime, iniciou uma perseguição e conseguiu capturar o criminoso em flagrante. Ele foi detido com o uniforme do policial, as armas roubadas e outros pertences da vítima, pondo fim à sua fuga. O caso segue sob investigação da Polícia Civil.
"A cerimônia desta segunda-feira (4) marca o último adeus a um servidor público que dedicou sua vida à segurança, em uma despedida que deve reunir familiares, amigos e colegas de farda em um momento de luto e homenagem", disse Fernando Silva.
O que diz o Hospital Luxemburgo
O Hospital Luxemburgo lamentou o caso, se solidarizou com a família da vítima, reforçou que a responsabilidade pelo escolta é do Estado e disse que acionou o protocolo de emergência, prestando imediato atendimento logo após o ocorrido. Veja a íntegra da nota da unidade de saúde:
O Hospital Luxemburgo informa que, na madrugada do dia 03 de agosto de 2025, foi registrado um lamentável incidente nas dependências da unidade envolvendo um paciente sob custódia e um agente público de segurança.
O paciente em questão foi internado para tratamento médico pelo Sistema Único de Saúde (SUS), encaminhado pela Secretaria Municipal de Saúde. Como hospital credenciado ao SUS, o Hospital Luxemburgo tem o dever de receber e tratar todos os pacientes encaminhados via regulação, inclusive aqueles em situação de custódia. Nestes casos, a responsabilidade pelo controle e escolta é de competência da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (SEJUSP), por meio da Polícia Penal de Minas Gerais.
A instituição reforça que nenhum civil ingressou armado nas dependências do hospital e que seguimos, rigorosamente, todos os protocolos internos de segurança. A ocorrência teve início durante o turno de escolta de um agente de segurança pública que, de acordo com a nota divulgada pela SEJUSP, foi vítima de disparos efetuados com a própria arma de fogo, subtraída pelo paciente no interior do quarto onde se encontrava internado.
Tão logo a situação foi identificada, a equipe assistencial acionou o protocolo de emergência com Código Azul, prestando imediato atendimento e todos os esforços de reanimação à vítima. Paralelamente, as forças de segurança foram acionadas, e a instituição colaborou integralmente com os órgãos competentes. Desde o ocorrido, a equipe multiprofissional da unidade está prestando acolhimento e suporte emocional aos colaboradores envolvidos direta ou indiretamente na ocorrência.
O Hospital Luxemburgo lamenta profundamente o falecimento do agente penal e se solidariza com seus familiares, colegas e amigos. A unidade reforça que permanece colaborando com as autoridades competentes para contribuir com as investigações em curso.
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